Xoxos da meia noite: O Não-desfile

>> sábado, 15 de janeiro de 2011


Imbuída duma raiva absorta é que me sento perante este bendito monitor para descascar o meu esmalte semanal, afim de conjecturar, que é melhor do que explicar, o que viria a ser, pra mim, o não desfile, termo aliás cunhado por Thiago meu marido, ao me ouvir num rompante de raiva em relação a toda a pataquada dos infernos e a besteira generalizada que ouvi dos meios de cobertura desta nossa primeira semana de moda brasileira.

Acho muito triste ouvir de gente despreparada os seus achismos ad infinitum. Informação tem que vir de quem tem conteúdo, conhecimento sobre. Tudo bem que eu, em minha saga de fazer a psicóloga esotérica xamanística, tento abstrair que é para, de repente, aproximar a "linguagem modal" das "pessoas comuns" que não sabem que Balenciaga e Valentino tinham em comum (o dedal). Contudo, em vários momentos em que me pego justificando o injustificável, porque uma coisa é linguagem fácil e outra é linguagem tosca, sinto-me a maior das bocoiós. A Macabéa dos alfinetes.

Vamos ao 'Não-desfile'.

Já expliquei aqui, o que viria a ser desfile conceitual e desfile comercial, que aliás é filho deste outro post aqui. Contudo, não expliquei que, mesmo o desfile comercial merece tal nome,o desfile, porque há o que se mostrar, de relevante e novo para figurar numa semana de moda representativa de um país. Não é apenas mera exibição de seus produtos comuns que estão/estarão em suas lojas. Há muito os desfiles de semana de moda não são mais assim. Para este feitio as marcas podem e devem fazer desfiles para seus compradores, representantes e afins.

Semana de moda é para apresentar o compêndio de sua criação, sua visão e interpretação daquela próxima temporada, mediante uma visão estética (conceitual) mediante uma visão de mundo pontual (comercial).

Bien, assim nos ensinou Paris, em que desfila até quem por lá não vende, contudo, tem o que mostrar. Tudo bem.

Enquanto nossas semanas de moda se concentram em se distanciar, em termos apreciativos, do que uma semana de moda relevante é, Paris, a cidade, segue inabalável e a gente ganha Paris, a Hilton, como mascote.

Inté.

Imagem: Lacroix.

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