Retrados (e pensares) Antigos

>> quinta-feira, 23 de agosto de 2012


Semana passada recebi e-mail da minha querida Romina Ferreira, por quem nutro um carinho do tamanho de Minas, apesar de que nunca nos vimos pessoalmente. Estou inté devendo mimo. Pois bem, era pra mode avisar de evento da professora Nádia Gotlib aqui no Rio. Para quem não sabe, das biógrafas e estudiosas mais importantes de Clarice Lispector. 

O evento é uma palestra que tem lugar hoje, 19 h, Midrash Centro Cultural no Leblon, sobre o livro Retratos Antigos, lançado recentemente pela BH ed. UFMG, que traz texto de Elisa Lispector, pouco conhecida irmã mais velha de Clarice, fotos inéditas da família Lispector. O livro é organizado pela Professora Nádia.

A 'interessância' da cousa está na curiosidade, quase mórbida, que percorre o corpo de todo acadêmico biográfico, como eu, apesar de afastada, teoricamente, da coisa acadêmico. Teoricamente, vejam bem.

A piori, o que deve interessar ao pesquisador de Clarice, é Clarice e seu texto. Como texto clariciano é bicho híbrido, vivo em memórias, ficionalização da vida ou vivência da ficção, a biografia da criatura humana Clarice Lispector se faz necessária. Podem estrebuchar todos os puristas da teoria da literatura, fiquem com o fetichismo particular da crítica marxista. Contudo, não é necessário devassar a família Lispector e lembranças que a própria Clarice não tinha (já que o texto pinta cenários que Clarice não lembrava, porque era muito pequena, um bebê ainda) para entender a obra de Clarice.

Para quem se interessa por Elisa Lispector, seja ou não seja por conta de No Exílio, que virou fonte para alguns pesquisadores de Clarice, ou que o bicho carpinteiro do biografismo desenfreado, é prato cheio. Todo o resto é meio fetichesco e, um tanto esvaziador da obra de Clarice.

Bisous.

 Imagem: foto das páginas do sumário do livro Minhas Queridas (compêndio de cartas de Clarice Lispector aos seus queridos. e queridas). Se repararam bem, a carta é justamente para a irmã Elisa Lispector. Engraçado que não abria esse livro desde Fortaleza e nele encontrei uma receita médica da minha filha Evelyne (2008, ano difícil), um folheto do seminário 118 anos com Fernando pessoa (2006, ano terrível) e o rascunho do trabalho que Isabel e eu fizemos na Literatura Brasileira IV (acho que foi 2005, ano nervoso), com a professora Vera Queiroz, o único 10 da sala. A gente metei até Cabala no meio.

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