Por que eu não estou comentando as semanas de moda

>> sexta-feira, 15 de junho de 2012


E lá se vem mais outra postagem pra responder pergunta, porque eu me sinto super grata pela a atenção, pelo carinho e até pela chatice de vossas mercês.

Bem, colocaram reparo que nos últimos anos venho parando de comentar de forma mais factual as semanas de moda desse Brasil varonil, salvo alguma coisa em Minas, em Fortaleza. Mas também muito de leve, porque nos últimos tempos tudo está se pasteurizando. Se repararem bem, até os portais vêm seguindo um modelo pré-fabricado ffw que por sua vez, pescou do Style.com, etcetera coisa e tal. Não acho que tem que ser assim, mas né, é só a minha opinião.

E é justamente por isso, por ser apenas a minha opinião, que decidi parar com a pataquada. Cansa, sabe? Cansa tentar comentar algo, a nossa moda em produção passarelística, que quer mais atenção do governo, ou seja, da coisa pública enquanto estado, por se considerar um desdobramento cultural (e econômico, mercadológico, obviamente), mas não quer que o público faça parte, e dai quer incentivos que de um jeito ou de outro saem de impostos, pagos por todos. Olha. 

Talvez por entender a coisa dessa perspectiva, política, coisa que antes eu só entendia por vias culturais, é que o cansaço bateu com tudo. O que antes via com olhos de desejo, hoje nem de soslaio me interessa. Parece que está tudo desinteressante, e a gente começa a prestar atenção que as peças que desfilam em semanas de moda são uma teoria, que não vai pra loja, as vezes nem com adaptações, e quando vão é fora de compasso, com vendedoras que nem sabem do que se trata e com lojas que nem permitem fotografia da fachada, tipo Lino Villaventura. Imagina se a Chanel da Rue Cambon fizesse isso, né? Tudo bem, existem as exceções, mas a gente está falando é de regra, da massa pseudo criadora.

Está tudo muito na pretensão, enquanto nosso forte mesmo é biquine, havaiana e renda de bilro.O povo divaga sobre um mercado do luxo que estancou. Desculpa, mas perante o mercado de luxo parisiense, o verdadeiro, esse luxo tupiniquim é mera conjectura. E não adianta importar seda, comprar dez páginas de anúncio na Vogue local, porque todo mundo ainda preferirá Champs-Élyées ou algum brechó do Marais.

Enquanto isso, vou rezando para alguma encarnação em alguma dimensão alternativa eu vir como Daphne Guinness versão cravo e canela ou algo que o valha.

Bisous.

Imagem: Tatler Hong Kong, Março de 2012, com Daphne Guinness por Markus & Indrani. 

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