O Vestido Preto
>> quinta-feira, 21 de junho de 2012
É porque a maioria de nós sempre tem um interesse, decerto uns mais, outros menos, por essa coisa de roupa e como se vestir, o que comprar, o que guardar e até como descombinar, para ficar moderna, supostamente elegante, né mesmo? Mas todo mundo lembra, ou deveria lembrar, que antigamente, no tempo de Audrey, combinar é que era a norma, digamos, a tendência, palavra que uma parcela considerável de pessoas aprendeu a odiar, por constructos intelectuais próprios ou por mero 'mariavaicomaoutrismo'. E mais, ainda tem muita fofa por ai combinando sapato com balsa com cinto e, sinceramente, me parecem as vezes bem mais honestas consigo mesmas, ao menos no vestir, tipo a senhorinha simpática com quem encontro vez por outra aqui pelo bairro. Acho bonito que ela combina até a cor do guarda-chuva.
É que sábado agora tem festa, então começa todo o ritual da escolha da roupa, dos acessórios, do penteado, da maquiagem. Óbvio que sempre dá vontade de comprar mais um vestido, mesmo que tenha vestidos que usei uma única vez ou que ainda nem usei. Mulherzices. E dai lembro que o espaço está cada vez menor. Pensando sinceramente em passar pra frente algumas roupinhas. Mas sabe apego? Pois é.
Tenho um vestido preto. Na verdade eu tenho alguns vestidos pretos, mas esse vestido preto é especial. Ele não é nada demais, nada de grife, comprei em uma lojinha de roupas de festa, bem simples, porém sincera, do Centro de Fortaleza. Acho que o nome era Gorgeous. Se não me engano, tem uma loja da mesma feita e homônima aqui no Rio. Não sei se é a mesma, mas vá lá. O vestido é de crepe de seda, levemente acinturado, sem mangas, com decote em v na frente, mas sem nenhuma ousadia e, abaixo do joelho. Ou seja, um poço de simplicidade e para mim, perfeito. Tanto que ele é provavelmente o vestido de festa que mais usei. Eu sei, isso é muito Piaf. E Chanel. Amo as duas, então me deixa.
Está como novo, as vezes nem parece que usei tantas vezes. É simples, sóbrio, elegante e me faz olhar no espelho e me achar bonita. Completou 12 anos e ainda me cabe super bem. Pra quê mais, né?
Bisous.
Imagem: Instagram.