The Artist

>> segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012


Não custa repetir, quem sabe fixa na cabecinha das pessoas que o filme mais adorável dos últimos tempos é The Artist. E não é só porque é produção francesa, com franceses no elenco, incluindo o fofo Dujardin, em preto e branco, com fotografia esmerada, que faz a gente acreditar que está assistindo a um filme antigo do tempo do cinema mudo de verdade. É por isso tudo e mais um pouco. Um filme que fala de cinema, da fantasia de forma ingênua, que dá gosto e emociona. E tem o Uggie, né? 

É de fazer feliz, crer na vida que um filme como The Artist tenha conquistado o público francês (porque é um filme francês que homenageia o cinema americano), a crítica e as premiações. Cannes, que é muito importante para todos que fizeram o filme, porque afinal é dos prêmios mais reconhecidos do cinema, e é um prêmio francês. Spirit que é premiação alternativa, que se debruça sobre filmes fora do gosto do grande público pipoquinha e, chegando ao antipático Oscar, que odiando ou não, é o prêmio que dá visibilidade, que chama o público para as salas de exibição e, que dá dinheiro, né? Porque filmes são coisas caras, mesmo os de orçamento mais humilde.

A estória do filme é simplinha, popular quase, justamente pra fazer os conceitos realmente complexos funcionarem na cousa do filme. George Valentin (Dujardin), astro de filmes de aventura mudo, perde espaço na era da sonorização do cinema. Dai a gente já se lembra do essencial Charles Chaplin, por mais que sua fase "sonorizada" tenha muito valor para o cinema, especialmente por conta da trilha, que Chaplin praticamente inventou, só que a gente sabe que foi na era muda que Chaplin foi feliz. 

Voltando, Valentin observa sua carreira se encerrar e a da sua protegida e amor platônico, Peppy Miller (Bejo) florescer e acontecer em películas com som. E ai já temos o ambiente da nostalgia, do romance e da ligação com os personagens. Para quem ama cinema é comovente.

Só que essa estorinha tola, ingênua esconde ideias bem elaboradas, com sumo. A coisa de fazer o espectador mergulhar no filme mudo, quando acompanhamos a estreia de uma fita estrelado por Valentin. O trabalho com a orquestra e a imersão dos aplausos. Sabe mágico? Pois é.

The Artist me fez lembrar que minha primeira experiência com filme, para me afzer ficar atenta, me leva lá pra trás, quando tinha seis anos, quando já sabia ler 'correndinho' e podia acompanhar as legendas engraçadas de um filme que as pessoas eram muito expressivas, em preto e branco, nas tardes de sábado na Globo. Filmes do Chaplinm claro. Quem tem mais de 30 lembra disso. Sábados encantadores.

Só que, como quase todo mundo, sou cria do cinema americano, que me educou a gostar de sua maneira de fazer filmes, que de forma primeva é pra divertir e entreter, sem fazer pensar, sem força, o que não é ruim - quando a gente não se fecha para um mundo todo que faz cinema antes, durante, depois e a sua maneira, como os franceses que criaram o cinema, por exemplo. Dai que, quando cresci e quis entender e conhecer mais dessa minha nova paixão - desperta com Tim Burton - o cinema, redescobri o cinema muda e foi difícil. mas né, tudo é questão de boa vontade. E eu tive. Tenha também.

Mas posso confessar que se o filme mudo que me reeducou fosse como The Artist não teria sido nada difícil? Obrigada♥.

Bisous.

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