Lola Rennt

>> quinta-feira, 19 de janeiro de 2012


Todo mundo que gosta de cinema sabe da importância do cinema alemão, que coisas da velha cinemateca, tipo o surrealismo alemão, e coisas mais recentes, tipo Corra Lola, Corra são super importantes. O surrealismo alemão estava marcado com um ok na minha lista, já assisti uns cinco filmes. Já Corra Lola, Corra...

Tem gente que me conhece, sabe que estudei alemão e deve achar um absurdo inconcebível  a frouline aqui não ter assistido Corra Lola, Corra (vou repetir Corra Lola, Corra bem muitão, porque faz parte da estrutura do filme repetir e repetir...), mas eu posso explicar? Obrigada. 

Estudei alemão um tempinho e foi um período meio caótico da minha vida. Foi na Cultura Alemã lá de Fortaleza, curso mantido pela universidade da minha formação, a federal do ceará. Na mesma época estava nos finalmentes do inglês e já acostumada com a estrutura fresca e esdrúxula do francês. No concurso pra Cultura Alemã passei em terceiro lugar, pra vocês avaliarem o grau de estafa. Alguém que passa nas primeiras posições de concursos não é um bem-aventurado como o senso comum conjectura. É tudo doido, gente perturbada. Sério. Saudável é passar do meio pra rabeira, gente que sabe o suficiente, que luta por seu lugar ao Sol sem danos nem perdas, numa tranquilidade madura. Acho lindo. Além do mais, classificação não significa nada.

Dai que entrei no curso meio que mal dos nervos e alemão é uma língua áspera, difícil, que herdou do latim o pior, o sistema de declinação. O horror. Bom, ao menos pra mim, que ainda não estava estudando latim e estava sobrecarregada (porque quis, vale ressaltar). Foi um ano e meio que levei aos trancos e barrancos. Dai todo mundo sabe que todo e qualquer curso de língua tem aquele momento 'vamos assistir filminho sem legenda' (eu fico imaginando esse momento pra quem estuda, sei lá, mandarim). E eu vou confessar que eu fugi de todas as seções de cineminha, inclusive a sessão do Lola Rennt.

E dai que o filme é de 1998, um filme da minha geração, super importante, blablabla e dai que eu só fui assistir dia desses, acho que fazem umas três semanas. Isso é uma vergonha.

E ai, o filme?

E ai que o filme traça  um elo com uma parte da história do cinema alemão, da coisa do terror, do suspense e do absurdo. E ao mesmo tempo se desconecta disso tudo, porque tem uma estrura total diferente, inovadora. Não é o máximo? Reparei na coisa do suspense pela sacada da música típica de filme de terror após a aparição do relógio monstruoso, que meio que nos abocanha. Comecinho do filme. Dai nos é apresentado o personagem principal, que não é Lola, mas sim o tempo.

A gente pode enumerar outras elementos estruturais da película, tipo a cor vermelha, que não está só no cabelo de Lola, assim como o número 20 (20 minutos para conseguir 1000 francos), o acaso, a brincadeira da descosntrução do cotidiano, a coisa do grito e dos vidros quebrados, que tipo, adouro. Mas né, assistam.

Antes tarde do que nunca, minha gente.

Bisous.

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