Um Villaventura para chamar de seu
>> quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
Antes de mostrarmos e falarmos sobre o objeto maravilhoso que ilustrará este post e que foi motivo para muitos gritinhos e pulinhos e danças da alegria errante (porque eu sou doida e olha que nem é meu rs), deixe que esclareça algumas cousas:
não, isto não é um post sorteio de qualquer coisa de ou sobre Lino Villaventura;
não, não entendam este post como aquele tipo de coisa 'olha como o meu armário é rico, porque tenho um vestido de milhares de reais'.
Observações feitas, vamos lá.
Estava conversando com Cida (que já é uma espécie de colaboradora do RQ, porque está com a gente desde o começo, acho que desde o outro blog, sempre me dá ideias, envia material, fora que ela é minha amiga querida, não é mesmo Cidoca rs? ♥) e ela me conta que, junto com o apartamento que ela e seu querido receberam, veio de herança um brinde, uma coisa boba assim, um vestido Lino Villaventura. Catapluft, cai da cadeira.
Adendo: quando chegamos a este 'apertamento', que é da família, aliás o prédio todo é (mas a gente paga, bien?) herdei uma mesa de madeira (cedro) antiga que fora da avó do marido, sogra da minha sogra. É uma mesa tipo de pic-nic, pra colocar na varanda ou alpendre (aparece em quase todas as fotos de festinha que posto por aqui), mas uso como a mesa de nossas refeições, especialmente almoços e jantares. Ela tem no mínimo uns 50 anos (mais antiga que o prédio) e ela é tipo, o meu Lino Villaventura rs.
Voltando.
Quando Cida me contou do vestido, tricotamos horas sobre os materiais (tem couro), a estrutura (o vestido é tão estruturado que pára em pé sozinho), os bordados (riquíssimos), dai pedi que ela me enviasse algumas fotos e que me permitisse mostrar aqui no bloguito, não para efeitos de exibição da sua figura, mas para vocês entenderam porque um vestido Villaventura é caro: é pela questão da preciosidade que ele é, por conta da matéria prima de primeira qualidade e do trabalho de modelagem muito particular. Fora o nome, a grife que não foi feita em absoluto da fama sem merecimento.
Ei-lo.
Eu entendo este vestido como uma espécie de releitura de vestido medieval, que a gente sabe que tinha um corpo todo trabalhado, estruturado, para segurar o busto e manter a coluna no lugar.Os canutilhos aplicados como se fossem um ponto, percebem? Remetendo justamente à costura de épocas medievalescas, que logicamente era toda feita a mão. As alças são de couro e o vestido tem o bordado da barra, que é ao mesmo tempo medieval e nordestino (há muito de mediaval no sertão do Brasil), pássaros, flores, mas se repararem, o tecido todo é bordado, como que imitando fibras de pele, de couro.
É uma maravilha.
Então, quando vocês estiverem aborrecidas com um monte de coisas em relação a moda brasileira, porque realmente há muita coisa que chateia, lembrem deste trabalho tão precioso do Villaventura e, assim como este vestido, todo o trabalho dele é de fato uma preciosidade.
E me faz muito que bem saber que coisas assim são feitas aqui no Brasil.
Obrigada Cida, mais uma vez.
Inté.
Imagens: gentilmente cedidas por Cida Oliveira.