ABC do RQ: G (Gabrielle Chanel)
>> segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Gabrielle Chanel
O que me falta falar de Chanel? Como diria meu professor de Teoria do Verso, Rafael Sânzio, sempre se tem algo pra se falar sobre alguém ou alguma coisa, porque nada está completamente fechado.
A cada desfile da Chanel que pude acompanhar nestes quase três anos de blog o recado foi dado. Na escrita de coisas como Os signos de Chanel e Chanel, uma megera histórica, mais coisas foram deixadas ai, para se ler e saber. E, pela leitura do lay out do blog, em que coloco a imagem de uma Gabrielle já idosa e com sua famosa postura de pessoa insuportável (que eu acho ótima) em que subscrevo 'maman, que ninguém sabe', já deixo todas as pistas dos meus sentimentos em relação a esta pessoa incrível. E até agora, desculpa ae, sem precedentes.
Foi o primeiro nome da moda que eu ouvi falar, tive contato, muito criança que eu era, sem uma figura feminina pra me agarrar. Não deu outra. A menina cresceu e quanto mais buscava Chanel, mais se apegava ao mito, às histórias, à mulher e a coisa toda. Por mais que eu tenha certeza que ela seria uma mãe demoníaca, não é esta imagem de mãe ipsi literis que eu me apego, mas sim de panteão, de musas, de deusas.
Chanel não criou apenas uma roupa super inteligente de tecido barato, que as mulheres, de fato, precisavam usar. Chanel não apenas entendeu o seu tempo, enganou a história, traduziu sua geração para as vindouras, em códigos que Lagerfeld decifra e antropofagiza. Chanel é o meu símbolo mor de que do mais absoluto nada, uma órfã lascada e mal paga que poderia ter terminado num cabaret, pode sim sair do lugar comum.
Ela é o símbolo.
Qualquer outra coisa que vocês queiram saber sobre Gabrielle, leiam aqui, aqui e aqui e se divirtam com suas megerices rs.
Bisous.
Imagem: Gabrielle bem jovenzinha, acho que ainda no internato.