ABC do RQ: V (Valentino)!

>> quarta-feira, 14 de maio de 2008

Valentino!

Queridas, aqui está Valentino!

Queria eu ter providenciado estes escritos para o dia de seu aniversário, 11/05, mas me foi impossível. Dia das mães para uma mãe não é lá dia de folga, como haveria de o ser, mas cá estou eu para falar de um dos sinônimos de glamour: Valentino.

Em moda se usa muito o trocadilho:“ah, não poderia ser mais Valentino”, ou seja, chique.

E é mesmo, poucos estilistas criaram moda tão bonita e feminina, quanto este caro senhor italiano. Valentino é daqueles estilistas que aprenderam fazendo. Brincando com os retalhos da loja da tia, usando agulhas, fazendo moldes, recortando, inventando, moldando, criando e isso é arte, minhas queridas, Arte.

Li que seu atelier é uma conjunção de tudo o que há na moda, seus colaboradores são a comunhão de todos os estilos, que deságuam em sua conhecida elegância, beleza e requinte.





















Valentino Garavani (seu nome é bem mais longo, parece nome de príncipe!) nasceu na bela Itália, em um povoado próximo à Milão, em 11 de maio de 1932. Desde pequeno ele sabia que sua vida seria dedicada a arte de vestir. Na juventude foi para Paris, bien sûr, estudou na Escola de Beaux Arts e na Câmara Sindical da Costura Parisiense, antes de se tornar assistente de costureiros como Guy Laroche e Jean Desses. Voltou para a Itália em 1959, para abrir sua primeira loja, em Roma. Isso tudo com pleno apoio e estímulo dos pais que foi fundamental. O pai vendeu a casa de campo para abrir a primeira loja do filho! A mãe o aconselhou a manter-se sempre elegante e simples o que ela faz até hoje. . . lindo, n’est pas?












Já com suas primeiras produções, ’60, Valentino chamou a atenção do mundo e já atraia o olhar de mulheres pelo deslumbre de suas criações, como foi o caso de Elizabeth Taylor que usou um modelo criado por ele, na pré-estreia do filme Spartacus, de Stanley Kubrick, em 1960. Sua aclamação, contudo, veio em seu mais que famoso desfile da Coleção Branca, também conhecido como Fase Branca, em 1968, que foi aplaudido de pé pela plateia por mais de dez minutos. E com a fama, as admiradoras, como Ms Taylor só aumentaram! E quem não haveria de querer usar algo?


Nossa Top Gisele Bündchen foi uma das modelos preferidas de Valentino. Desfilou para ele pela primeira vez em 1998, e o fez por mais nove vezes em sua carreira.


O Vermelho Valentino é notório, conhecido, comentado, admirado. E como nasceu? Durante viagem à Barcelona, além da Ópera vermelhíssima desta terra, com peças maviosas como Carmen de Bizet, Valentino conheceu Diana Vreeland, da Vogue americana, super defensora do vermelho, cor que passou por problemas e sempre foi encarada como uma cor complicada, mas não para Valentino. Ele transformou o discurso de Vreeland em realidade e criou o vermelho-Valentino.

A paixão pelo vermelho despertou nesta melange de Ópera e Vogue:

"Ao ver o figurino nessa cor, entendi que, depois do preto e branco, não existe cor mais bonita."



Moda é cultura, reflexo de, e, para mim, é Arte, como já citei aqui mesmo e repetirei quantas vezes eu puder! Por isso afirmo que Moda, como Arte que é, deve ser apreciada e estudada também. Através da história da moda, podemos identificar as condições sociais, culturais e até econômicas das diferentes épocas – tenho até vontade de analisar isso através dos vestidos de noiva, desde Queen Victoria até hoje. Existem certos estilistas que são agentes desses mecanismos de marcas de tempo, tendências e reflexões, Valentino é um destes.

Para conhecer a reentrâncias de V., a leitura da raridade “Una Grande Storia Italiana” é o caminho, óbvio para quem pode pagar um fortuna para adquirir a história da vida-obra de Valentino, assim como réplicas de suas criações.


Não preciso lhes dizer que o valor é uma indecência, né?


Não posso deixar de comentar o que já havia começado com Ms Taylor e Gisele, de sua amizade com divas, que começou nos tempos em que viveu em Paris na juventude, quando ficou amigo de Brigittte Bardot, Jane Fonda.

Após sua aclamação, além das já citadas, Audrey Hepburn, Rachel Welch, Sophia Loren, estão na lista das estrelas amigas de Valentino, chegando aos nossos tempos. Nomes como, Uma Thurman, Sarah Jessica Parker (super chérie!).

Podemos atentar para sua influência absoluta em sua aparição em O Diabo Veste Prada, que foi uma espécie de ironia, já que existem boatos de que a diaba Wintour, inspiração para o livro-filme, não conta Valentino em sua lista de exclusividades.



E, eu não poderia deixar de relatar, claro, o Valentino preto e branço vestido pela desengonçada mais bela do mundo, quando ganhou o Oscar de melhor atriz, 2001, Julia Roberts. Inclusive Valentino, antes de seu desfile final, elegeu este momento do Oscar, Julia em seu vestido vintage – que ela comprou num brechó – como um dos mais memoráveis em sua carreira.


E sempre um capítulo especial para sua amizade com Jackie O., aliás eles eram amiguíssimos, confidentes, e começou como consultoria de moda, sabiam? Daí, para ele criar seu vestido de noiva, para o casamento com o greguíssimo e riquíssimo Onassis, look este copiadíssimo(1968 em sua Fase Branca). Era um dos vestidos do desfile, um esplendoroso vestido âmbar de seda georgete, à vanguard, super elegante, uma marca de Valentino.


O vestido da direita foi o vestido de Jackie Onassis

Por isso as referências a ele , quando não derretidas, como as minhas, são sempre na linha do tradicional, às vezes acusado de tradicional demais, para os gostos Lacroix da vida, contudo, nunca se pôs em dúvida seu lugar de gênio da Moda. Por que? Porque ele sempre foi fiel ao seu lema:

“Eu sempre quis deixar as mulheres bonitas”

E assim se tornou um clássico. Ter um Valentino é possuir um clássico da Alta Costura, é como possuir um Miguelangelo em casa, e é esta a comparação que os especialistas em moda fazem, o comparam aos mestres Renascentistas. Apesar de que creio que Valentino preferiria a comparação a Botero, que ele ama.

Ele é a paixão das noivas, não há uma de bom gosto e conhecimento de moda que não sonhe em vestir um modelo seu. E, o que antes parecia sonho, de alguns anos para cá tornou-se algo mensurável. Valentino passou a criar modelos para a marca Pronovias, de modo a oferecer às mulheres, em primeira instância portuguesas e espanholas, a possibilidade de vestir um dos seus modelos no dia mais bonito de suas vidas:

"Finalmente qualquer mulher poderá casar com um dos meus vestidos.É um sonho que tinha há muito tempo e que finalmente se tornou realidade".

Palavras de Valentino após anunciar o seu compromisso com a Pronovias. Ao permitir, pela primeira vez, que a firma espanhola distribua as suas criações ao longo das suas lojas – temos representantes no Brasil! O querido Velentino coloca assim a Alta Costura ao serviço de todas as noivas.

As primeiras 5 imagens são das criações de Valentino La Sposa para Pronovias, a última é uma noiva de seu último Prêt-à-Porter.




Laços e flores sempre foram seus recursos recriados a cada coleção, pelo mestre nas técnicas clássicas de costura. Valentino sabe como poucos usar drapeados, plissados e pregueados verticais e horizontais para conseguir efeitos únicos e criar vestidos de noite e noiva majestosos.

Para encerrar, quando ele recebeu uma distinção da Rainha Elizabeth II, no lugar de fazer como todos, agradecimento curto, de poucas palavras, ele bateu um papo, de uns 10 minutos, quebrando todos os protocolos e praxes, num têt à têt com a rainha, como só o imperador da moda o faria, fato este comentado até hoje pelos cronistas do Palácio de Buckinghan; coisas da realeza rs.

Bravo Valentino!

Confiram seu último Prêt à Porter aqui







Bisous.

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