Concurso de noiva... clichês do tipo: Ser noiva é...
>> terça-feira, 25 de março de 2008
Tudo bem que o estado, a condição de noiva (rs), é uma cousa assaz clichê e que, de vez em quando, quer te empurrar para cafonice. Mas queridas, não aloprem, tenham pena desse pobre coração de professora que também é noiva, e que não fica se descabelando porque perdeu um concursinho que te dá um bolinho rococó e 200 convites de uma grafiquinha ali.
É, porque tem gente se descabelando por conta do "Concurso Cultural Fest Noivas". Uma besteira, continuar a mais que criatiiiiva frase "O que faz uma noiva feliz é...". Confesso que quando vi, pensei: "O que faria esta noiva feliz seria... te dar uma bifa!"
Estava eu acompanhada de minha filha, que me perguntou se eu me inscreveria, ao que respondi "me respeite!", com próclise mesmo.
Agora, vejam vocês as frases ganhadoras, sem expor os nomes:
"O que faz uma noiva feliz é... uma visita inesquecível ao Fest Noiva Ceará!"
"O que faz uma noiva feliz é... casar! Vendo assim o seu sonho realizado."
Qual o problema dessas frases?
Nenhum.
Estão adequadas, coerentes, coesas, e atendem, sim, os requisitos do concurso; inclusive, a primeira foi de um oportunismo sagaz. E a outra foi sucinta, simples,e uma espécie de resumo do que toda noiva que planeja casamento e festa quer.
Planejar um casamento, independente de quanto você tem para gastar com ele, toma proporções oníricas de fato. Casar é, sim, realizar esse sonho, para todas.
Enquanto professora de língua portuguesa e literatura, que lido com escrita formal ou escrita criativa, como no caso da Literatura, mas não só, não encontrei nenhum problema nas duas frases ganhadoras, estão completamente adequadas ao contexto do concurso, só para me repetir.
Com toda a certeza de professora e conhecimento lingüístico que tenho, foram mais do que satisfatórias, porque foram sucintas, haja visto a introdução da frase, proposta pelo próprio concurso, algo tão cliché quanto "ser noiva é", muito cafona! E elas conseguiram não se estender na cafonice.
Uma foi bastante oportunista, como já disse, elogiando o evento, e a outra foi o mais simples possível, o que muito fala ao seu favor no que tange ao "menos é mais".
E se foi uma marmelada, pelo menos foi harmoniosa.
Poderia-se reclamar, sim, se a frase escolhida fosse "ser noiva é andar com uma escopeta", ou "...sentar na boneca", sei lá.
Não teve nada de absurdo, foi clichê, como a introdução da frase!
Nem Fernando Pessoa salvaria um negócio desse, que dirá as "noivinhas".