Uns livrinhos e umas estórias

>> quinta-feira, 30 de agosto de 2012


Plus un poète trouve d'images, plus il est grand. 
Camille Mauclair.


Sempre fui o tipo de criatura humana traça de sebo ou seja, compradora (e frequentadora assídua) de sebos, aqueles lugares adoráveis que guardam jóias muito baratinhas em tomo, dorso e ácaros. Sim, porque eu também tenho rinite, sinusite, aquela coisa tosca de colecionar ites que nego acho bonito recitar, né? Pois é. A mesma (des)orientação de quem fala que não curte gato por causa do pêlo. Oi, passo três horas espirrando depois que escovo Miu. Se aquietem e admitam vossos abusos. Práticas nefastas.

Mas aconteceu que por aqui no Rio, como ainda não sei ir direito pra canto nenhum, e em Nova Iguaçu as pessoas escoram mesas com livros (em sebos, detalhe), ando comprando mesmo via Estante Virtual, ando com saudades de comprar no Ebay e ando mesmo é comprando muitos livros novinhosnovinhos, com cheiro de papel erê.

Só que né, sinto é saudade de sebo, de comprar livro antigo, de trazê-los para casa dentro da bolsa, junto ao corpo. Em casa então limpá-los. Deixar uns dias na cabeceira, daí lê-los e repousá-los, após terminada a leitura, na estante de livros.

Falei pr'ocês que comprei um monte de porcelanas antigas, né? Pois então, meninos, foi que foi um rebuliço em minha vida, quase morro de tanta emoção. Conto amanhã, aguardem ;) . O mesmo senhorzinho que me vendeu as porcelanas, estava vendendo alguns livros, tudo herdado da mãe que falecera. Ô judieira. Fiquei com dó que os livros estavam em péssimo estado, alguns se desmanchando. E o senhorzinho queria porque queria que eu comprasse "o lote todo de livros" que incluía edições sabrina, Poliana moça. Né? No meio dos livros se desintegrando e de porcarias editoriais, achei seis títulos que me comoveram: Verlaine em francês, aforismo de Voltaire, No Caminho de Swan do Proust, Bucólicas do Virgílio (Professor Roberto Arruda,  o professor de latim e literatura latina, vulgo Arrudão), Olhai os lírios do Campo do Veríssimo (que eu ainda não tinha) e Conceito e a imagem na poesia brasileira do Humberto de Campos, que eu tanto precisei nos tempos da universidade e achei assim, do nada, no quintal de um senhorzinho doido que vende ar-condicionado velho e porcelana inglesa como se fossem a mesma coisa. Out of blue.

Eu acho é lindo ♥.

Bisous.


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