Sobre o Parque Lage, história e, desculpa, Glauber Rocha

>> quarta-feira, 25 de julho de 2012


O Parque (Henrique) Lage é um parque público do Rio, um tesouro quase escondido pra quem é de fora da Zona Sul e não tem assim, um ímpeto investigativo batedor de pernas e metido. Fica aos pés do morro do Corcovado, tem até como fazer trilha até lá, por dentro do parque, coisa pra gente esforçada e atlética. Foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional 1957, como patrimônio histórico e cultural da cidade do Rio de Janeiro.

 Só que a história do Parque Lage é um pouco mais antiga, começa em 1811, quando Rodrigo de Freitas Mello e Castro adquire uma fazenda pertencente a Fagundes Varela, que era o Engenho de Açúcar Del Rei. John Tyndale, paisagista inglês, foi quem reprojetou a fazenda num estilo romântico, com ares de parque britânico. Em 1859 o parque passa para as mãos de Antônio Martins Lage, daí recebe a graça de “Parque dos Lage”. Acabou que a propriedade passou para herdeiros, que por sua vez, passou para as mãos de terceiros, até 1920, quando Henrique Lage, neto de Antônio Martins Lage, consegue reaver a antiga propriedade da família. Nessa época o parque e o palacete passam por remodelações, assinadas pelo arquiteto italiano Mario Vodret. Seu trabalho se encaixa em época e estilo como arte eclética. Das mãos dos Lage o parque passou à público e patrimônio, o que foi muito bom, porque decerto já teria se perdido, como algumas outras propriedades lindas da cidade.

Só para lembrar, em 1967 Glauber Rocha usou a construção em estilo eclético como sede do governo da cidade de Alecrim, país de Eldorado, cenário de Terra em Transe, porque né, época em que Walter Salles é glorificado por trabalhos equivocados (e eu não estou falando de Central do Brasil, que eu gosto bastante), a gente tem que lembrar sim de Glauber Rocha, de Terra em Transe e do Parque Lage. 








Tirando a vegetação tipicamente brasileira, da Mata Atlântica, até dá pra delirar que estamos em algum bosque encantado da Europa, né? Bem acho que vi uma fada na gruta que fica no parque. Sim, tem uma gruta com estalactite e tudo.  

As pessoas amam fazer pic-nic no Parque Lage, no dia em que fomos havia uma espécie de fila de espera, como tem em restaurante, porque praticamente não tinha canto para estender a toalhinha quadriculada ou algo assim. Além da beleza e das sombras fresquinhas, da vista, a entrada é de graça, porque é um parque público, e não há regrinhas como há no Jardim Botânico. No mesmo dia estavam organizando uma festinha de aniversário de menina, super fofa, mais pra dentro, perto do castelinho (na verdade é uma espécie de atalaia), cenário de conto de fadas.

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Bisous.

Imagens: T2i.

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