Uma lata e uma ideia
>> quarta-feira, 13 de junho de 2012
Dia desses fui assistir MIB ³ e dai que tem a piada com Andy Wahol e veio o dejàvu, porque né, passei metade da minha vida nutrindo uma raivinha besta do Sr. Wahol. Na verdade uma raivinha forte, digamos assim. Pra resumir eu sempre achei besta, muito besta, bestíssimo o auê que o povo fazia em torno de uma existência que fotografava latas, trocava cores em fotografias, ilustrava bananas e enchia um loft em NY ((The Fabric) com toda a escrotidão possível e chamava a isso de arte.
Uma socialite entendiada com senso estético apurado e com sérios problemas de intoxicação: musa. Um cara doidão pelado montado num cavalo: arte. E todo mundo muito rico ou herdeiros de algo ou alguém e isso tudo pra tirar, super teoricamente, a arte dos museus e levá-la ao grande público.
O que nunca aconteceu, porque a gente pode até conjecturar, ingenuamente, que o ato de comprar uma lata Campbell's acarreta em comprar arte. Ledo engano, meu filho. Mas, que bom, o valor artístico da coisa está nos olhos e na mente de quem reconhece a péssima sopa Campbell's como um projeto artístico de alguém que ousou atribuir valor ao antes abaixo da média. Viu?
Pois é, eu continuo pensando a mesmíssima coisa, só que o sentimento em relação a Andy Wahol mudou. Hoje vejo e entendo que Art Pop foi e é valorosa, que o fato de não ter tirado a arte do museus e das galerias, ipsi literis, pouco importa, porque aconteceu e acontece de alguma maneira. A arte mudou de configuração após todo o alvoroço blasé do Sr. Andy Wahol e isso foi muito bom. Só a sopa que é horrível.
Inté.
Imagem. Cyber-shot.