Pensata teimosa

>> quarta-feira, 13 de junho de 2012



Com essa conversa toda de Andy Wahol lembrei de uma pessoa super fã do doido das latas, ou Andy Arroto (como eu chamava) ou Andy Wahol: meu amigo Dudu. Amigo esse que se gabava muito de ter uma quase original do bonitão da Pop Arte, uma primeira reprodução de algo que foi muito caro, mas não tão caro quanto um original. Obviamente esse meu amigo era muito gay, metido a fotógrafo, como iô. A gente se conheceu no Imparh, onde eu cursava francês e ele dava aula de inglês, o único professor com inglês britânico, e que me enchia o saco perguntando se entendia algo dos livros que eu lia. Amigos escorpianos fofinhos, quase taxonomia.

Lembrei de Dudu aussi, porque essa coisa de opinar sobre modinhas e tal via logradouros virtuais foi meio que ideia dele. Tudo bem, não só dele, foi por minha vontade de estender as conversas do nosso grupo de amigos para a internet, pra todo mundo ver como a gente era legal e ruim. Muito importante.

 Tempos atrás, antes mesmo do Night With Violet Skies, tive um outro blog, de template bem tosco, em que eu escrevia um monte de asneiras achísticas (só que eu já conhecia Balenciaga, desolée), em que o momento áurea era sempre as diquinhas de moda, bem mal educadas, e resenhas maldosas sobre os tapetes vermelhos, no tempo que Angelina Jolie não acreditava em stylist, no tempo em que todo mundo acompanhava o Óscar por causa dos filmes. Olha ai. Por volta de 2002, 2003, pc rodando com Windows 95, na casa mais elegante de um amigo até que tinha o ME e, internet discada. Lembram disso? Pois é, acredite. Sinceramente, era bem mais divertido, tipo Björk de cisne, mas não adianta eu tentar explicar, porque metade nunca entenderá e a outra parcela nem tenta. Preguiça da preguiça d'ocês.

E desse tempo até essa nossa bloguelândia animada (né?), tanta coisa mudou. Mais gente conhece os blogs, muita gente fala dos blogs, digressa sobre a força ou idiotice ou lindeza dos blogs. Mas sabe, sinto que menos gente lê os blogs de verdade. Até os blogs que se julgam bons pelos textos, pela falta de afetação, pelo livre pensar, estão meio que virando (ou sempre foram, vai saber) aquelas revistas da recepção da clínica. Revistas baratinhas, as vezes vem um brinde, cheias de imagens, aparências e retratos de vida que para alguns é a mais pura tosqueira e para outros é conto de fadas. O certo é que quase ninguém resiste a folhear essas revistas uma vez naquele ambiente de recepção de clínica. E fica por ali mesmo. A leitura só se estende da imagética para a decodificação do vernáculo se alguém foi traído ou traiu ou roubou ou mostrou os fundilhos, tipo red carpet, esmalte ou alguma pensata teimosa que só meia dúzia lerá (tipo essa que você está lendo aqui).

E as vezes acho que deveria ter deixado meus achismos modais apenas para as conversas pelo bosque do Imparh.

Bisous.

Imagens: já apareceu por aqui algumas vezes, amo essa capa da Esquire.

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"O Centro por toda a parte, o epicentro por parte alguma." Pascal.

Au revoir.

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