Da letra

>> quinta-feira, 4 de agosto de 2011


É de amargar que algumas palavras queridas por vezes ganhem acepções detestáveis por alguma lembrança vinda de algo e/ou alguém, mas acontece e a gente não pode evitar. A mesma coisa acontece com certas expressões. Eu, por exemplo, sinto náusea quando escuto alguém falar escritor, letrado, literato e o pior, que é da letra ou das letras, para se identificar e portanto se elevar e posicionar num pseudo patamar de artista da palavra  que sim, é também uma expressão antipática nauseante.

Alguns poucos anos atrás fiz letras o curso, que poderia ser nome de filme de terror, por assim dizer, enveredei numa pós, que até que foi feliz e num mestrado, que mandei às favas a.ka puta que pariu, porque encontrei um monte de motivos para odiar ainda mais um pouco escritores, letrados, literatos ou seja, gente que é da letra. Ah, e também os das letras ou seja, especialistas, mestres, doutores, pós na área. Gente linda que se julga uns novos Camões, Machados, Pessoas ou ainda melhor, acima disso tudo, porque escreve para ser entendido. 

É que nasci com uma doença, a intolerância ao abaixo da média presunçoso, sabe como? Pois é.

Óbvio que se merecido, é bom que venha o reconhecimento e os frutos do trabalho, mas Martas Medeiros que me perdoem, não tenho paciência com essa leva de escritores da letra. E depois querem criticar Harry Potter que legitimamente arrebata e faz feliz um monte de gente, dos pequeninos aos grandes, como meus filhos e eu. Porque eternamente pra mim Literatura é pra tirar do lugar comum. Não tem que ser confissão vulgar. Literatura é absurda, é faz de conta e se tem fórmula ou não, como acusam Rowling, que não é uma escritora completa e que bom, acho que ela guarda tal fórmula no banco dos Duendes, e que foi feita  no caldeirão da Hermione.

Gente que é da letra não pega trem, muito menos um encantado.

Inté.

Imagem: 'Frances Griffiths with the fairies', por Elsie Wright (Julho/1916) faz parte das famosas fotos das 'Fadas de Cottingley', que na época provocaram uma enorme discussão sobre a evidência real da existência de fadas em nosso mundo. Conan Doyle, que era gênio, criador de Sherlock Holmes e também um estudioso do misticismo e espíiitualista, não apenas acreditou em sua veracidade, mas também escreveu um livro intitulado 'The coming of the fairies'.

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