SPFW verão 2012 - adendos descontentes

>> sexta-feira, 1 de julho de 2011


Passados alguns dias da última edição do SPFW com as ideias ainda bem frescas,  venho comentar algumas coisas que me incomodaram, quase que de forma mais profunda. Talvez se tempo eu tivesse o incomodo fosse maior, mais patente. Por hora, é só um lastro de alguma coisa que preciso vir aqui para compartilhar com vossas mercês, que me leem e compactuam (ou não) com meus adendos e adentros sobre o tema modístico.

Apesar da falta de tempo, que não é tipo de blogueira que finge ser ocupada para desempenhar um papel de Anna Wintour wannabe, assisti aos desfiles da maneira que pude e comentei de leve o que gostei via @RVBRquerida.

Não me agrada muito falar mal dessa ou daquela coleção por uma questão de princípios e de bom senso. Quando exerci trabalho de crítica (literária) sempre me aborrecia comentários leigos e desinformados sobre alguma obra ou a literatura em geral. Dai que parto do pressuposto que os críticos de moda merecem respeito e que blog é sim espaço livre, mas que é bom separar liberdade de libertinagem, o que observo correr solto sem amarras pela bloguelândia e se estendendo para outros meios.

Posto isso, vamos lá.

Dois ocorridos, com duas coleções de dois estilistas distintos, ambos cariocas com a tal vibe carioca style seja lá o que isso for, despertaram o meu 'oi, como assim' e foram a Reversa e a Osklen. Não foram as coleções, os desfiles em si, mas o discurso de seus nomes criativos que me deixaram um pouco em alerta com uma potencial falta de traquejo para discutir alguma coisa. 

No caso da Osklen e o discurso estranho de seu estilista, eu diria,  um discurso um tanto  quanto torto, que queria ter montado um casting 100% de modelos negro, o que não conseguiu porque seria difícil encontrar tantos modelos bons e preparados e que tivessem a ver com o universo da marca.

Lembrou um pouco um comentário infeliz (bem mais infeliz na verdade) de um outro nome da moda acerca de negros em casting. Vale ressaltar que Walter Rodrigues fez um desfile todo de negras  e que foi lindo.

Pois é.

Já a Reserva apresentou uma coleção inspirada em Cuba, para debochar de símbolos e da história de um lugar, que por certo o estilista conhece de passagem, com olhos de turista, talvez olhos reacionários, o discurso entrega quase que de forma clara, uma coisa meio que mistura, um shake de Lobão e Diogo Mainardi em seus piores momentos (Lobão que aliás participou do desfile anterior da marca, da penúltima temporada).

 Quanto à moda das marcas nada tenho a acrescentar, além de que ambas fazem um trabalho acertado, já que agradam e acertam em cheio o gosto de cada público. Quanto ao discurso de seus estilistas, infelizmente o mesmo não pode ser dito. Não é uma questão de posicionamento político etcetera coisa e tal, mas sim de identificar um conteúdo raso ou mesmo equivocado.

Bisou.

Imagem: o desfile com casting 100% negro de Walter Rodrigues e com sombrinhas.

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