Dragão Fashion e alguns pormenores

>> segunda-feira, 11 de abril de 2011

E o Dragão Fashion chega a sua 12ª edição. Já falamos alguma coisa sobre outras edições do Dragón (como prefiro rs) aqui.


E até que já expliquei, em algum lugar desse mar de três mil escritos, o porquê do cenário modístico de Fortaleza ser muito que bem organizado, mesmo estando fora do eixo, que sabemos é Rio/SP. Mas vamos repetir alguns pontos importantes pra mode fixar:

o Ceará é pólo têxtil importante desde o início do século XX, teve papel de destaque na crise mundial de fornecimento de algodão na década de 1920, sendo um dos poucos abastecedores;
fora o fato de ser pólo têxtil, é pólo artesanal desde sempre, rendas variadas, couros, etctera coisa e tal.

Dai que da matéria prima abundante à mão de obra era só um pulo, né? Além de produtor de tecidos e de artesanato, o cearense é ótimo comerciante, labuta aprendida ainda com a imigração libanesa e turca (oi Jereissati, tudo bem?) do final do séc. XIX . Dai várias lojas que fabricavam seus próprios produtos, como roupas, se multiplicaram ao longo das décadas e a gente pode dizer seguramente que o Ceará se alimenta em parte sim da moda que ele mesmo produz. Coisa linda.

E por que Dragão Fashion? É por causa do ícone Dragão do Mar (que batiza o maior centro cultural da cidade) o personagem principal da história que conta Fortaleza Terra da Luz, por primeiro ter libertado os seus escravos.

E quem foi este ser humano? Francisco José do Nascimento, Dragão do Mar ou Chico da Matilde, foi o líder dos jangadeiros nas lutas abolicionistas no Ceará. Ele nasceu no dia 15 de abril de 1839, há mais de 170 anos, em Canoa Quebrada, Aracati (pastel de arraia como lá, não há). Chico da Matilde, como era conhecido, juntamente com seus companheiros, impediram o comércio de escravos nas praias do Ceará. O boitote, por vezes sangrento, aos poucos fez com que a Abolição fosse declarada.

Por mim, torço para que a força e a energia do nome Dragão fashion faça a evento de moda cearense continuar com sua vibração quase alternativa, beirando o autoral.

Inté.

Imagem: Exposição Mark Greiner e Lindeberg Fernandes, falamos sobre aqui.

Postar um comentário

Salut!

As amigos que sempre vêm por aqui, é muito bom contar com a participação de vocês.

Aos que escrevem pela primeira vez, sejam bem-vindos.

Aos que preferem postar anônimo, saibam que serão liberados se:

usarem o espaço de forma sensata, porque a gente não chega na casa dos outros com libertinagem, esculhambação e nem jogando lixo.

"O Centro por toda a parte, o epicentro por parte alguma." Pascal.

Au revoir.

Related Posts with Thumbnails
Creative Commons License
Reverbera, querida! por Eliza Leopoldo está licenciada sob Licença Creative Commons Atribuição 2.5 Brasil.