Paris Couture S/S 2011 - Givenchy e o discurso da diferença

>> quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Sei que o título destes escritos pode parecer pretensioso e talvez até o seja, porque gosto de títulos pomposos e escrita floreada, que é o que se observa na maioria destas quase três mil postagens.

Todavia, não há como proceder doutra feita na estupefação quase de gozo ao me deparar com as imagens desta coleção de Tisci para Givenchy. Uma 'visagem', como se diz nos interiores deste país.

De certo que há um diálogo próximo com a outra coleção e gosto do que se consegue compreender deste diálogo, quase de mãe para filha. Dai se cai na presunção de novo, ao conjecturar que sim, quem sabe, uma coleção é filha da outra. O certo é que na criação às vezes é por ai o cantar dos pássaros, até quando não parece. A conversa de alcova maternal talvez esteja na modelagem das cousas, no branco, que veio loucamente rebuscado pelo fluo.

Tisci segue uma linha que talvez não aceite, mas que conseguimos observar. Uma linha pautada no discurso da diferença, de sair do lugar comum, de fugir às regras: colocando chifres e spikes em noivas que ao mesmo tempo eram tão esvoaçantes e delicadas ou desnudando (no vestir) a singeleza dos ossos humanos.

Desta vez ele nos mostra um mini exército de orientais, mulheres, com cabeças como que elmos de samurais (que só admitiam homens).

Delicadamente agressivo, expressivo e ousado.







Mesmo que seja indiretamente, uma boa parte é culpa do Kurosawa e ainda bem.



Inté.

Imagens: Style.com

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