Xoxos da meia noite: Van Gogh e eu gostamos de corvos

>> sábado, 30 de outubro de 2010


A gente e o Baudelaire também se amarrava num corvo, o Poe, tanto que escreveu Raven, seu poema mais famoso (Raven é uma espécie de corvo. Corvo é o nome genérico de uma família de pássaros).

E por que será que gente como Baudelaire, Poe, Van Gogh, James O'Barr, os índios americanos, apreciam tanto este pássaro considerado símbolo do mau presságio, augúrio, etcetera?

É muito simples, né?

Porque é inerente a condição humana uma certa atraçao pelo desconhecido, pelo ignorado, pelo sem explicação de ser. Até mesmo a negação de tudo, vindo do cético, do cínico, do descrente, reforçam tudo o que detestam, através da preocupação em negar tão avidamente, né não Nietzsche?

A gente que crê e que percebe além da luz e da bruma, nos próprios símbolos que a vida nos dá e que a gente cria e imita, numa mimesis quase que sem fim, aprecia e nem acha agouro a arrulho da pomba e o craquejar do corvo, nem mesmo do carcará, a minha referencia de pássaro preto e que os outros julgam agourento.

Quando eu chegar ao Aqueronte, só preciso da minha moeda para o barqueiro. O resto é silencio

Bisou.

Imagem: campo de trigo com corvo, Van Gogh julho de 1890.


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