E se o amor virasse moda...

No primeiro post de hoje, a imagem vem com os escritos: "LOVE IS THE NEW BLACK".

As vezes me pego com este pensamento, de que seria bom, quem sabe de verdade, se de repente, out of blue, virasse moda ser legal, gentil, bacana, ter boa vontade com as coisas e as pessoas, respeitar a opinião alheia e mais ainda, os próprios alheios.

Pensar no que pode magoar alguém, assim de graça, ponderar e recolher-se a insignificância de sua existência, deveria ser o mote. Mas não é. Manter o mínimo de cordialidade é ser idiota, para algumas pessoas.

Parece que é pedir o maior dos sacrifícios ao ser humano: aquietar o ego.

No tal do âmbito pessoal, a gente sabe que viver e conviver é difícil e pode chegar a ser doloroso mesmo, dependendo de quem você convive, como, etcetera e tal.

A internet deu liberdade, de uma certa forma, às relações. Muitas histórias legais nasceram deste veículo. Assim como vi algumas "amizades" em vias reais naufragarem mediante a outras "amizades" em vias virtuais. E se manterem, né?

Acho que, sei lá, deva ser por conta de ser "mais fácil" ser amigo assim. O corpo, a voz, o olhar revelam muito de nós. A internet é um bálsamo para quem prefere se resguardar do mundo. Pois é, eu escrevi um 'sei lá', porque não concateno como possa ser...

Vai saber.  Assim como não entendo uma amizade que parecia eterna, coisa de se comer no mesmo prato e por conta da distância, minguar e morrer.

Talvez eu não entenda, porque minha cabeça Jane Austen, divagante, subjetiva, romântica e doida, acredita que um pouco disso se deva a falta de firmeza de caráter, de sentimentos, amor. Um pouco.

Acho que por isso, que eu queria que o amor entrasse na moda, e que todo mundo tentasse ao menos ser mais amável.

Todavia, chego a conclusão de que seria uma aberração de hipocrisia insuportável.

E voltemos ao nosso cinismo de sempre.


Bisous.

Imagem: backstage da Dior fall 2008.