A Light me possibilita devaneios

>> terça-feira, 13 de julho de 2010


A ironia sempre fez parte da minha vida. Meu pai era alguma coisa como a fina flor do sarcasmo. O velho era terrível. Meu primeiro escritor favorito era justamente o irônico Machado de Assis ou Maneco, como prefiro.

Já exercitei muito a ironia, ganhei muitos desafetos ao longo da vida e não me arrependo. Apesar de que hoje prefiro observar do que falar. Talvez me falte motivação, né?

Mas então, a ironia sempre foi uma constante em minha vida e agora então posso dizer que moro em um lugar que esta figura de linguagem está em todos os lugares, o Rio de Janeiro.

Este lugar é uma ironia gigante e, que se divide ao mesmo tempo em várias ironiazinhas metafóricas. De metalinguagem em metalinguagem a gente fica doido, mas vamos lá.

Fico querendo entender um lugar que, basta o vento soprar um pouco mais nervoso, como ontem, para a energia de vários pontos da capital e região metropolitana (oi baixada!) cair por módicas cinco horas, e que quer sediar algo de medidas estratosféricas como a copa, as olimpíadas (show do Axl Rose rs).

Isso mesmo, uma boa fração de um dia sem energia elétrica, paga em dias, e por um valor abusivo, dado os serviços bem abaixo da média. Por exemplo, um 0800 para assuntos emergenciais, tipo queda de poste, queda de energia o escambáu, e o bendito está sempre ocupado ou impossibilitado de receber ligações. Oi bem?

E qual é o nome da empresa? Light. rs. Né?

Light (o uso mais comum): do inglês luz, claridade, iluminação, brilho. 2 fonte de luz (lâmpada, vela, etc.).


Entenderam a ironia da cousa? Não sei por qual motivo o nome da empresa é este, mas no final das contas, é a mais pura ironia.

Em todos os meus anos de vida entre Fortaleza e Brasília, passei, no máximo, por um pouco mais de uma dúzia, e não mais que isso, faltas de energia. Só aqui no Rio, ano passado, durante o verão, faltou energia todos os dias durante um mês inteiro.

O bom disso tudo é que tenho boas justificativas para comprar muitas velas, desde as perfumadas baratinhas da Tok&Stok (as de laranja são uma delícia) até as nem tão baratas assim, como as da Tania Bulhões. Posso comprar um monte de castiçais sem me sentir culpada e nem a louca da Idade Média.

Mas sigo a fazer de conta que estou em algum cenário dos livros da Jane Austen, tomando chá, ouvindo o vento lá de fora, à luz de velas.

O vento e chuva me possibilitaram outra alegria, além do meu faz de conta romântico, apagaram o incêndio que se alastrava pelo morro já tão sofrido e pelado de sua mata atlântica. Santa natureza e malditos baloeiros.

Alguma esfera de romantismo, literário e bucólico, numa cidade que já foi a tradução deste adjetivo e hoje é a terra do funk, do crime... mais ironias.





 


Bisous.
 

Imagens acervo pessoal, coisas que super ajudam quando falta energia:
1. velas, castiçais; 2. lanternas, mesmo que sejam da sua filhinha rs; 3. um chá sempre é providencial ainda mais usando chaleiras que apitam, dão um super clima de filme de terror.



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