Arte e Moda e onde o caldo entorna

>> terça-feira, 6 de julho de 2010



Dia desses li num blog amigo uma pequena postagem, que trazia alguns grandes questionamentos, que a gente que tenta pensar moda de uma forma, vamos dizer, acadêmica, sempre faz. O que é moda e qual sua função.

O legal é que as perguntas são bem independentes, apesar de que a gente amarra uma na outra  quando pensa. Se investigarmos bem, com objetividade, vamos ver que suas respostas vão para campos diferentes. Uma coisa são as faculdades do verbo ser e outra é a funcionalidade de algo. Precisamos de algumas subordinadas para tal.


Em cada fase da minha vida, em que tive mais instrução, menos instrução, mais contato com a moda em termos de conteúdo, quando estive mais distante, quando fui mais consumista, em suma, em múltiplas facetas, tive 'n' respostas para o que é moda e qual sua função. E fico feliz em dizer que, ainda não cheguei a um denominador comum rs.

Só sei que moda pode sim se confundir com arte, e que arte não tem função, que não seja ser arte. E ai a gente pode lembrar, que Anna Wintour falou algo assim, que moda é moda rs. E eu vos afirmo, como boa conhecedora de estudos artísticos que dona Wintour é, não falou isso out of blue. Houve uma intenção ali. Só não dá para saber ao certo qual, né? Especialmente quando se leva em conta que ela edita, todos os meses, durante anos, uma revista que deixa o artístico um tanto que em segundo plano; não porque Anna Wintour está pouco se importando com arte, pelo contrário, mas porque a Vogue US tem uma outra proposta e postura de mercado.

Mas então, durante a leitura e (re)pensando sobre as possíveis respostas, cai novamente no pormenor sobre as aproximações possíveis entre moda e arte. Algumas destas aproximações podem ser perigosas no sentido de serem presunçosos e equivocadas mesmo.

Quando penso em moda se aproximando de arte, vejo o criador, e nesse sentido alguns nomes vêm à mente como Balenciaga, Chalayan, Mugler, McQueen, Yamamoto e próximo da gente o Jum Nakao.

Mas, uma roupa bacana que te expressa, um apanhado de roupas e (des)combinações que revelam os tais 'looks' são uma expressão pessoal, que tem mais a ver com manifestações e comportamentos sociais, do que com arte, mesmo que arte, e moda, sejam um bem social. Mas, trocando em miúdos, saber escolher roupa conforme sua personalidade e expressá-la desta feita não basta pra ser considerado arte, minha gente.


O fato de alguém comprar um Van Gogh não faz deste alguém um Van Gogh. Este ato apenas diz que você gosta de Van Gogh ou quer mostrar que gosta.

Leiam Carine que ela sabe das cousas ;)


Bisous.

Imagem: Chalayan S/S 2008.

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