Roteirinho RQ de Brechós
>> quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Estas dicas roteirais que se seguirão têm como única pretensão ajudar um pouquinho que seja quem pretende se aventurar feliz da vida em brechós. Fora isso, é bem despretensioso. É mais para ser aquela dica de amiga.
É bacana reservar um horário, algumas tardes (em cidades com muitos brechós como o Rio e Sampa, uma tarde só não dá liga) que podem ser alternadas ao seu bel prazer, para conhecer e poder desbravar o brechó da vez, com calma, paciência e vontade de se divertir, senão o programa xoxa bonito e não dá rock n' roll.
A maioria dos brechós é uma baguncinha bacana, viu, mas tem aqueles que são super arrumadinhos e têm mais pinta de loja nos moldes tradicionais.
Qual deve ser sua orientação? Eu diria que o bom senso. Geralmente quando a gente se deixa guiar pela intuição, pelo senso, as coisas só dão certo. Mas para quem está perdido ou tem a convicção de que vai se perder bacana num brechó, em termos de compra, vamos lá:
1. a primeira dica e a mais importante é pensar no seu estilo pessoal. não vá comprar por impulso uma peça tipo, um casaco pink década de 80 se você não segura e não terá coragem de usar.
2. verifique a qualidade e estado da roupa. se o tecido está bom, se tiver renda se ela está muito sensibilizada pelo uso, etcetera. têm brechós que são super cuidadosos quanto a isso, não têm roupa manchada, com aparência surrada, com bolinhas, nada de roupa de múmia no sentido de parecer trapinho. a má notícia em relação a estes brechós é que são os mais caros, mas é tipo, caro mesmo.
Adendo: aqui no Rio rola muito brechó de Madame, sabe como? as chéries se desfazem dos guarda-roupas da casa em Angra, do Ap em NY, enchem dez malas e colocam em consignação nos brechós elite. Chamam isso de "reciclar o guarda-roupa". Fofas, né?
3. tente escolher peças chaves, mas ao mesmo tempo diferentes das que se encontra fácil em lojas comuns, tipo fast fashion. do que adianta mesmo gastar uma graninha boa numa peça de brechó igual a que você conseguiria na Zara?
4. nunca, nunquinha (isso vale para qualquer compra de roupa!) compre sem provar antes. os brechós, em sua avassaladora maioria, não trocam nem aceitam devoluções.
5. e se gostar de verdade, a peça for ótima, cheia de personalidade, coube como uma luva, tá num preço bom, leve, porque em brechó nada pára. falo por conhecimento de causa.
Endereços bacanas.
Tem dicas ótimas na OFICINA DE ESTILO, como sempre, mas vou aqui fazer a nossa, através de experiência minha e experiência compartilhada entre amigos e/ou leitores.
Fortaleza, como falei na postagem passada, comprei muito num brechó que agora não mais, ficava bem próximo ao Shopping Aldeota, acho que hoje funciona uma lojinha de artigos religiosos no lugar. Engraçado que a dona do brechó era gótica. E tem gótico em Fortaleza? Tem de tudo em tudo que é lugar.
Brechós Fortaleza
Reinvenção
Rua João Cordeiro, 1675 - Aldeota (Funcionando de segunda à sexta, das 8h às 18h30 e aos sábados até as 14h).
Brechó bem bom mesmo, com peças ótimas, não funciona com consignação e quando adquire alguma peça com probleminhas, tem um atelier para customizar o pormenor. Os preços são ótimos e a casa onde funciona, uma gracinha. As peças são garimpadas aqui no eixo Rio-SP e são todas lavadas e engomadas antes de irem à baila. O Reinvenção vem funcionando, faz um tempinho, como o celeiro criativo do pessoal de Estilismo e Moda da UFC (Universidade Federal do Ceará) e também como campo fértil para as produções editoriais da cidade do Sol.
Brechó Bela Chic
Rua Padre Valdevino, 2475, lj C - Aldeota. Fone: 3264 1679 (Funcionamento de 8h às 17h30 dias úteis).
É do tipo de brechó que a gente gosta desgostando. Porque tem a vibe brechó, da peça antiga, do tempo da vovó-chic (não é qualquer exemplo d e vovó que dá liga), como dizem, mas como recebe estoque por consignação de lojas que fecharam, as vezes fica muito a cara de ponta de estoque, o que não é ruim por um lado, mas por outro, descaracteriza o sentido do brechó em si. Tá, sou chata, assumo.
Brechós Rio
Anexo Vintage
Rua Marquês de São Vicente 52 (Shopping da Gávea, estacionamento térreo Box 170) - Gávea. (Funcionamento: segunda à sexta das 10 às 19h e sábado das 10 às 18h)
Não tem como começar a falar de brechós do Rio e não pensar de cara no mais famoso. Mas assim, é um luxo e um convite a viajar pelo bom gosto, pele seleção e por alguns preços nada brechó (rs). É quase aquilo do brechó de Madame. É o que chamam de "trash chic”, amo o termo. Como o nome orienta, é um anexo do Shopping da Gávea (um charme) que fica próximo à saída dos carros do estacionamento. O acervo é super selecionado e de grifes amadas famosas, tem Chanel, Dior e dá para encontrar verdadeiros achados como uma jaqueta estilo londrino '60 '50.
Rua Monte Alegre 374, Santa Teresa. (Funcionamento: de segunda à sábado das 12 h às 20h.)
Olha, deve ser o brechó mais amado da cidade, juro! Todos os chéris afeitos por moda da cidade da Bossa super amam e recomendam o Brechó Eu Amo e com motivos, porque é muito tudo de bom mesmo. Tem peças muito boas em geral e um mega destaque às bolsas retrô.
E sempre dá para conferir uma parte de seu acervo na feira de antiquários da Praça Santos Dummont na Gávea.
O Passado Me Condena
Rua Sebastião Lacerda, 12, Laranjeiras.
Este é bem famoso também, foi indicado até no Peça Única da GNT e uma leitora me disse que é ótimo.
Mercado das Pulgas
Avenida Rainha Elizabeth, 85, loja C, Copacabana.
Tem um amplo acervo de cachecóis (pelo menos tinha, né) e casacos incríveis, fora outras peças. Dá para encontrar de tudo, inclusive bijoux escândalo e que ninguém tem.
Brechós São Paulo
Rua Capitão Prudente, 223 – Jardim Paulistano.
Sabe o brechó de Madame? Pois então, este é "O Brechó de Madame". É maravilhoso, super organizado, um luxo e de doer no bolso.
Não tem roupa de precinho bom. É caro mesmo. Não tão caríssimo quanto comprado novinho seu jeans D&G, sua bolsa Chanel, sua saia Dior, mas ainda assim é para poucos. Contudo, sinceramente, acho que vale a visita e até um esforço para conseguir a peça sonho.
Minha Avó Tinha
Rua Dr. Franco da Rocha, 74, Perdizes, São Paulo.
Este ainda não tive o big prazer, mas conheço de tanto minhas amigas paulistanas falarem. É eleito simplesmente como o melhor, o mais bacana brechó da cidade da garoa e é o chéri do povo da moda. Todo mundo afirma que é aquele passeio pela história da moda. Já virou lenda super famosa a sua vitrine de óculos de sol de várias épocas. Tem até roupa do Denner no último andar! Pela fama e entusiasmo que todos os frequentadores têm, inclusive estilistas importantes de nosso Brasil sil sil, é possivelmente o brechó mais importante da Terra Brasillis. É forte o babado.
Rua Teodoro Sampaio, 1717 (sobreloja), Pinheiros, São Paulo.
Outro brechó super badalado de Sampa e super querido também, inclusive pelas produtoras de moda. Corre à boca pequena que o lugar é uma loucura, tanto pelo acervo, precioso, como pela loucura do amontoado de cousas.
Dolly Brechó
Praça General Rufino Galvão, 102, Vila Madalena, São Paulo.
É um dos queridinhos da Vila Madalena, que tem outras queridices fofurescas. Diz que é perfeito para conseguir aquele acessório, mas há de se ter paciência, porque o espaço é pirroto (minúsculo) e o acervo é farto.
Óbvio que existem muitos outros brechós, esta é apenas uma seleta petit. Tá valendo mais, como afirmado antes, como orientação inicial, um convite ao velho-novo, mundo dos brechós.
Confira:
Quem tiver adendos, adentros, outras dicas: reverberaquerida@gmail.com
Bisous.