A misturinha boa de Marc Jacobs
>> quinta-feira, 17 de setembro de 2009
É bem difícil avaliar algo como um desfile, uma coleção de moda sem estar lá, porque de perto tudo parece diferente. As vezes nem é tanto, se a pessoa ficar bem atrás em meio aos solavancos e cotoveladas e a enxurrada de flashes (os óculos escuros além de ajudar à composé que as vezes pode parecer antipática, blasé, metidinha, ajuda muito as vista, porque protege da iluminação nada fortuita que a gente sofre num desfile, acreditem!).
É bom deixar claro, pelo menos tentar, que os comentários que vêem aqui no Reverbera são feitos sempre na procura, na apreciação a partir de toda uma bagagem e referências e o que enche os olhos, por assim dizer.
Pode parecer pretensioso comentar algo que não se vê de perto, mas é ainda mais pretensioso achar que as coisas estão tão de perto assim como o táctil nos ilude.
Deixando minhas loucurinhas filosóficas de lado (não é bom ler Wittgenstein antes de dormir, mas é que fazem seis anos que leio este ômi e vivo num processo acre de releitura do cão), vamos ao chéri Marc Jacobs.
Olha, este menino sabe das cousas, e como sabe! Nem só de bolsas caras pra fashionista besta comprar se faz um nome. Sua tessitura moderna cheia de leituras de mundo e da vida contemporânea são tão felizes que se assiste tudo assim, dando risinhos bobos de satisfação. Cara, é muito bom ver, assisti-lo passear e trazer consigo tanta lembrança boa dos '80, aliás ele é quem faz melhor. E ainda sempre traz algo meio que disfarçado, nas entrelinhas das tramas dos tecidos, desta vez algo nipônico e o mais gostoso, a declarada homenagem à Maddie, a Gaultier por consequência, na exposta seda das lingeries e até nos laços (lembram que falei deles aqui?).
Pois é, meus tempos de "vidente fashion" voltaram com tudo, amen minha santa bordadeira.
Êta misturinha boa!
Bisous.
Imagens: 1. Ana Clara Garmendia, Marc Jacobs, 2. Uol Estilo e 3. Coutorture, ambos Marc by Marc Jacobs.