Tô Duchamp hoje
>> quinta-feira, 6 de agosto de 2009
Já odiei Duchamp. Já desprezei Arte Moderna. Algumas coisas eu ainda não engulo, mas sei que há toda uma orientação e estudo pra se amassar papel, jogar num cesto e daí aquilo ser arte. Não estou sendo irônica. Fora que tem "o lance da digestão". explico mais para frente.
Voltando ao meu passado de ódio, então, já praguejei contra o Andy Warhol, chamava-o de Andy arroto, na verdade ainda chamo, porque pra mim o sobrenome dele soa como um barulho, um arroto, mas deixa né, cousas minhas.
Se há uma coisa que eu super agradeço ao meio acadêmico é ter me proporcionado sair, me livrar de uma série de preconceitos idiotas e minimizantes, como os que eu nutria por Arte Moderna. Agradeço profundamente a postura intolerante, aborrecida , vazia, imbecil de um monte de doutores que me deram aula e que, dentre outras coisas, falavam que Guimarães Rosa é um merda, que Clarice Lispector é uma escritorazinha alienada e burra, que Machado de Assis é que nem novela mexicana...
Foi prestando atenção a este tipo de "intelectual" (ênfase nas aspas, peloamorde!!!) que eu me vi num dilema:
perái, mas eu tenho uma postura de merda igual a este povo, desdenho de algo que não entendo e nem me preocupo em entender.
ahhhhhhhh
Daí decidi rever estas posturas, estudar, minha nêga, pegar os tijolões de Historia da Arte ou os mais assustadores livros fininhos, mas que te corroem o cérebro, e parar de ser revoltadinha, porque do Rupestre ao Renascimento foram vidas e inspirações e técnicas e contextos mil. E do Renascimento para nossos dias então? Sabe como é? Deixar de ser mula empacada e abrir a mente e o espírito para o novo. Óbvio que existe o gosto pessoal, mas existem todos os pensares que te orientam, intelectualmente, socialmente e daí vem "o lance da digestão": deve-se provar uma comida nova pelo menos 16 vezes até que se tenha certeza de que não se gosta. Se após a décima sexta vez ainda não se gostar, não tem jeito.
Aplico a mesma coisa com Arte, por exemplo. O cesto de papel, já estou na décima tentativa, vamos ver, né? Afinal, faltam 6 e 6 é o número da compaixão.
Quanto a Duchamp, este me veio fácil lá pela terceira vez.
Bisous.