A modelagem do ser
>> quarta-feira, 26 de agosto de 2009
As vezes me pergunto o que move uma pessoa a fazer outra passar por constrangimento, o que impulsiona alguém a sentir determinado prazer em ver outra em maus leçóis ou ainda, se sentir mal?
A vida toda, desde que me entendo por gente, muitas coisas me passam pelo entendimento, me chocam, me angustiam. não consigo, por exemplo, passar por um processo refinado de cinismo que me permita lidar com as baixezas das pessoas, como se fosse algo normal, não que não tenha aqueles momentos de caráter zero, de pensamento mesquinho, usar a máscara da disfarçatez, mas é raro. Contudo, não me permito fazer com que alguém passe por mal estar e se depender de mim, agirei sempre assim, porque outra lição primordial que meu velho e querido papis me deixou foi que "quem tem vergonha não faz ninguém passar vergonha", seja quem for. Certo, super concordo que tem gente que até merece, ô como merece. Mas e daí, né? Vale colocar em xeque os seus princípios?
E este azedume matinal é um oferecimento da versão tupiniquim by o homem do baú, daquele programeco medonho, de transformar o guarda-roupa dos pessoal com alguns dígitos e muito constrangimento.
O último episódio foi um negócio tão sério que rolou até cartaz proibitivo "é permanentemente proibida a entrada de pessoas mal vestidas".
A versão americana, mega tosca, fez muito sucesso exatamente com esta postura. Mas fico me perguntando se realmente é isso que uma maioria que assiste a versão tupiniquim quer ver ou melhor, se os dois públicos estariam interessados apenas neste tipo de postura indelicada.
Interessante é que estas pessoas teriam como papel "ajudar" aos participantes do programa, vítimas da moda ipsi literis, a identificar seus estilos, ordená-los, potencializá-los e a desenvolver elegância. como? porque, a elegância é algo que quando se tem, está presente em todas as instâncias da vida e não só em se saber ordenar cores e acessórios e ter postura ao sentar, mas sim em saber tratar as pessoas com delicadeza e não o contrário.
Tem muita questão de estilo sim, estilo espírito de porco.
Algumas pessoas que me conhecem podem, ao ler este post, julgar que estou sendo hipócrita, porque tenho fama de "a que fala tudo" e até falo mesmo, caso conheça bem a pessoa o que é completamente diferente de constranger alguém para todos os espectadores do horário nobre verem.
É aquela coisa da iniciativa da descortesia, que é pura deselegância.
Quer ler um texto maravilhoso e que faz a gente pensar ainda mais sobre? Aqui.
Bisous.