Como é bacana comprar (e ler) bons livros (e mais desabafo)

>> sexta-feira, 14 de junho de 2013


Neste último mês fiz uma das coisas que mais me dá prazer no mundo, comprar um monte de livros. E fazia muito tempo que isso não acontecia. Para mim, persona que chegou a comprar 10, 15 livros em um mês, durante o período em que fui professora, estudante de francês e de letras, é muito dolorosa tal constatação. Avaliando, mesmo em meus tempos de maior pobreza, aquela franciscana - e eu tinha até uma saia marrom, indumentária de minh'alma - sempre comprava alguma edição antiguinha e de capa dura (o amor) num sebo da vida. E sempre comprava alguma coisa para um amigo, porque sempre amei dar livros de presente (como aquela vez que comprei num sebo uma edição com fatos históricos sobre o Titanic para meu amigo Maicon, fã do assunto, e ele ficou passado e sem jeito, muito fofo rs ♥).

Adendo: e por falar em sebo da vida, outro post que está no forno é sobre as livrarias e sebos da minha vida. aguardem ;).

Em algum momento pensei em fazer parceria com alguma editora, mas quando fui ler as "regras" e avaliar os blogs que conseguiam as tais parcerias, todos blogs com bilhões de visualizações e muitas vezes com conteúdo pueril em termos de firmeza e sumo de opinião, desencantei totalmente. Na verdade, consegui um ranço com estas editoras. Mas quem sabe, né? Outra coisa é que, se recebe um monte de livros, e nesse montante, muitas edições que provavelmente não agradariam a esse arremedo de crítica literária que vos escreve. A probabilidade de texto esculhambativo era tipo, gigantesco, né? Vocês lembram desse post que eu amo e metade da internet odeia. E houve um causo: uma certa vez, aninhos atrás, uma pessoinha que trabalhava com editora voltada para as modinhas e as artes, entrou em contato comigo para resenhar um certo livro, não para publicar no blog, mas para sair numa publicação sei lá das quantas. E eu fiz a resenha com todo o cuidado acadêmico, recebi uma pá de elogios e, pediram um portfolio, um currículo padrão, um lattes e daí? Nada. Sumiu. A pessoa não me deu mais satisfações do que fez com meu texto, que não era um textinho para blog (não se ofendam comigo, mas texto acadêmico é outra coisa) e ficou por isso mesmo. E eu me senti a otária. Foi o último episódio para eu ter a mais absoluta certeza de que não seu lidar com essa coisa de parceria em blog, eu faço isso por você e você faz por mim, sabe como? Pois é, eu não sei.

Mas voltando.

Este último mês fui a forra e comprei algumas edições que me faltavam - e ainda me faltam muitas outras: a edição mais linda do mundo da Alice (The Alice's Adventures in Wonderland and other stories), da Barnes & Noble New York, comprei na Estante Virtual e foi uma saga, que contarei num post que já está prometido e sacramentado; ganhei um livro do meu Yan, presente de dia das mães, uma edição lindalindalinda, especial 50 anos, do Laranja Mecânica, com glossário e ilustrações incríveis, da Aleph; 1984 e A Revolução do Bichos do Orwell, Companhia das Letras; duas edições lindinhas da Puffin, A Little Princess e The Wizard of Oz; uma outra edição da Alice, da Penguin Classics, que ainda não chegou e uma edição de bolso de Fahrenheit 451 da Globo de Bolso.

Este último livro é o que estou lendo agora, porque de todos os livros que comprei era o único que nunca havia lido, só assistido ao filme de Truffaut, muito bom, por sinal.

O romance apresenta um futuro onde todos os livros são proibidos, opiniões próprias são consideradas antissociais, hedonistas, e o pensamento crítico é errado e reprimido. O personagem central, Guy Montag, trabalha como bombeiro, que na verdade é o encarregado de queimar os livros. É, uma coisa meio Alta Idade Média. O número 451 é a temperatura em graus Fahrenheit da queima do papel. Parte da crítica enxerga uma espécie de alegoria contra a televisão, que seria o bombeiro queimador de livros e neurônios do nosso tempo. Não está de todo errado, não é mesmo? Sei que tenho muito medo dessa coisa anti-intelectual, porque senti e sinto isso na pele o tempo todo, tanto por pessoas que desmerecem o conhecimento livresco, tanto por pessoas que acham ridículo possuir conhecimento livresco. Tem para todos os gostos.

A leitura do livro está mexendo muito comigo, porque é impressionante como é, assustadoramente, atual.

Inté.

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