A Penteadeira Azul

>> quarta-feira, 12 de junho de 2013



Vossas mercês, seus fofinhos que me acompanham há tempos, sabem que prometo o post sobre a penteadeira que, antes de ser azul (e linda) era colonial (medonha) faz séculos. Hipérbole define. Pois é. Não me odeiem porque chamei essa coisa colonial (madeira com vernis escuro) de medonha, foi entre parênteses, então né.

Provas cabais aqui aqui e aqui.

Então, um ano e seis meses depois, venho aqui para contar a estória dessa guerreira em madeira nobre e algumas dezenas de anos. 

O título deste post poderia perfeitamente ser a estória pregressa da minha penteadeira. Ou estórias, porque já me contaram dois versões diferentes. A primeira versão: a penteadeira fora de uma tia avó da ex-dona, que é tia do Thiago. A senhorinha era surtada, odiava móveis antigos e resolveu jogar fora a penteadeira que foi resgatada pela já citada tia do marido. 

Adendo: nem posso criticá-la, porque fiz algo assim, também joguei fora um guarda-roupas antigo, de madeira, do tempo da fazendo do meu pai em Pacatuba (Ceará). A vizinha espertinha catou o guarda-roupas. Hoje eu me odeio, mas tudo bem. 

A segunda versão: a penteadeira foi dada de presente para uma senhorinha, conhecida da família do Thiago, muuuitos anos atrás, e já era uma antiguidade. Acontece que essa senhorinha também enjoou da bichinha e a deu (ou vendeu) para essa tia do marido, isso tudo faz muito tempo. Resumo, a penteadeira foi desprezada de todos os jeitos e, é muito velha, coisa de 100 anos.

Quando cheguei ao Rio e visitei a casa dos avós do Thiago, me levaram ao quarto da tia para me mostrar a penteadeira, porque todos sabiam que eu gostava de móveis antigos. Quase surto, porque né, lá estava a penteadeira com aquele espelho gigante e eu havia há pouquíssimo tempo deixado meu arremedo amado de penteadeira para trás em Fortaleza. Como as vezes a falta de noção baixa em mim, perguntei se ela não haveria de vender algum dia (porque a bichinha estava meio maltratada) e óbvio que ela respondeu que nunca venderia. Isso foi em 2008.

Bien, um belo sábado de 2012, já morando aqui no condomínio da família do marido, eis que bate aqui  a minha portinha a tia, que queria me vender a penteadeira (isso mesmo, aquela penteadeira velha de guerra) por 300 moças da república. Gritinhos e pulinhos felizes depois, ela estava aqui em casa, com Miu bisbilhotando e tudo.

E só faltava arrumar a bendita da penteadeira, o que levou um ano e seis meses ou, a quantidade de tempo que levou para vir aqui escrever sobre. Acho que vê-la assim, do jeito que está, lindalindalinda de morrer, me deu ânimo novo para narrar a (s) estória (s) e contar todos os passos para transformar um móvel antigo e desprezado, na minha já muito querida penteadeira azul.

A primeira coisa que fiz (fora colecionar cosméticos, maquiagens e perfumes rs) foi mandar fazer um tampo de vidro para a penteadeira. Eu mesma medi e fui à vidraçaria encomendar. Custou R$ 20,00. Além de dar um aspecto nobre ao móvel, serve para proteger o tampo de madeira do desgaste do contato com produtos e outras superfícies que arranham. A segunda coisa foi escolher uma cor. Pensei em amarelo primeiramente. Sei lá, curto amarelo, tenho outros dois moveizinhos amarelos na casa, acho que vai rolar um bar com portinhas amarelas num futuro vindouro. Fui à loja de tintas, pedi a cartela de cores e vi um azul lindo, azul mar da Eucatex. E rapidinho mudei de amarelo para azul. E foi o tempo do alvoroço da festa das meninas passar para cuidar da penteadeira. A parte chata de lixar confesso que ficou só com Thiago, mas a penteadeira foi pintada a quatro mãos, Thiago e eu, para que fique registrado. 

Levou uns dois dias para secar e encher de luz o quarto. Sério, o quarto se transformou completamente, ficou iluminado, alegre, vivo. Isso tudo me deu vontade de colocar em prática o projeto renovação do quarto-home-office-atelier: pintei as paredes, finalmente apliquei o papel de parede (lembram?) mais lindo do mundo, de toile de jouy (conto tudo num outro post, ainda esta semana!) e comprei algumas coisas necessárias (e outras nem tão necessárias assim), tipo uma cadeira fuchsia, um mesão de trabalho, um gaveteiro, um armário de parede fuefo e uma prateleira com furinho de ♥. Ainda faltam muitas coisinhas, alguns detalhezinhos, tipo almofadas, quadrinhos, mas o certo é que o quarto finalmente está lindo e tudo é culpa da magia da penteadeira azul.

E se você quer fazer um cantinho da belezice e não tem como comprar uma penteadeira, porque não tem a sorte que tive, de que me vendessem uma linda, cheia de causos e estórias por uma pechincha, tem como transformar uma cômoda trambelho, tipo móvel das Casas Bahia, em algo lindo, confere aqui ó.




Bisous.


Postar um comentário

Salut!

As amigos que sempre vêm por aqui, é muito bom contar com a participação de vocês.

Aos que escrevem pela primeira vez, sejam bem-vindos.

Aos que preferem postar anônimo, saibam que serão liberados se:

usarem o espaço de forma sensata, porque a gente não chega na casa dos outros com libertinagem, esculhambação e nem jogando lixo.

"O Centro por toda a parte, o epicentro por parte alguma." Pascal.

Au revoir.

Related Posts with Thumbnails
Creative Commons License
Reverbera, querida! por Eliza Leopoldo está licenciada sob Licença Creative Commons Atribuição 2.5 Brasil.