O tal do relógio Casio

>> sexta-feira, 7 de setembro de 2012


Vamos começar deixando bem claro, mais uma vez, que se trata apenas da minha singela opinião, que é pessoal, particular, mesmo que eu a exponha num blog aberto para todos que possam ler em português ou se aventurar em sites de tradução tosca. Deixo claro sempre, porque aqui e ali aparecem umas mensagens assimassim de chateadas e não é para tanto. Vamos aprender a lidar com a opinião alheia, né?

Particularmente detesto relógios de pulso, especialmente em braços femininos, mais especialmente ainda no meu. É neurose minha, confesso. Acho que fica anti-estético, que desenha uma silhueta grosseira. Óbvio que existem os relógios mais fininhos, delicados, mas até esses me desagradam. Nem vou digressar sobre relógios gigantes, tipo relógio de parede, que algumas pessoas curtem, porque né. Pois é. 

O meu abuso do momento é o tal do relógio Casio, vintage, retrô, algo que o valha. Pra começar relógio digital já é uma coisa assim, tolinha, o que poderia me fazer gostar, já que adouro uma tolice. Mas não é o caso, porque tenho abuso de relógios, como já mencionei.

 Comecei a reparar que quase todas as fofas estão adeptas do tal relógio Casio, que era tipo, o relógio que meu amigo Boi usava. 

Boi (Júlio) era meu amigo de colégio, do tempo do jornalzinho e fanzine Anarquia, em Fortaleza. Boi era um dos cartunistas do jornal, um fofo, um querido, mas que tipo, nunca foi referência de estilo. Com 1 m 90, pesando mais de 100 kg aos 14 anos, usava camiseta pólo bem fubenta e basqueteiras, porque eram os únicos sapatos que ele conseguia encontrar em sua numeração, e, "arrematava" tudo com aquela tranqueira horrível do relógio Casio digital e sua maldita calculadora.

No meu tempo esse relógio era coisa de gente tosca, esquisita, que não dava a mínima pra roupa, combinações, descombinações propositadas e modinhas. Era o relógio da galera que super não curtia modinha. Hoje a coisa está tão, mas tão subvertida que, o relógio Casio, símbolo dos nerds outsiders, agora anda desfilando no pulso das fofas que nem uma raiz quadrada sabem tirar.

Mas é claro que todo mundo pode suar o que quiser, porque no fim das contas não existe pode-não-pode, existe sim o bom senso (ou não). O que acho intrigante, para dizer o mínimo, é a falta de conteúdo, de sumo, de referência de vida mesmo (não de revista, de blog) que toma conta do nosso vestir e que está tornado tudo tão plastificado, sem graça e esvaziado de sentido.

Ficarei por aqui esperando a próxima modinha que as pessoas transformam em tosquice.

Inté.

Imagem: Vogue Nippon‘s August 2012.

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