Esperanças em 120 mm

>> terça-feira, 29 de maio de 2012




Nutro um amor nostálgico e sincero por fotos analógicas, daquelas que a gente pegava o rolinho de filme e levava para revelar, coisas assim, desde que minha última câmera analógica morreu. Óbvio que acho a era digital bacana, a qualidade, a facilidade (depende da câmera né, porque as câmeras robustas são bem trabalhosas), mas sinto falta da vida de fofuras analógicas.

Uns meses atrás compramos uma belezura analógica que atende pelo nome de Holga, que é uma câmera chinesa, criada com o objetivo de ser barata e acessível ao povo chinês que utilizava filme 120 mm. As lentes e o corpo são de plástico, e a qualidade dos filmes uma coisa meio onírica (pra não dizer ruim mesmo), por conta das distorções nas fotos, criando um efeito de sonho, que tem sido muito procurado por fotógrafos de arte, amantes da fotografia e entusiastas metidos a besta em geral, tipo euzinha.

Então, como passei minha vida toda fotografando com câmeras analógicas, achei que seria algo muito fácil tirar fotinhas lindaslindaslindas com uma maquininha de plástico e, mais ainda, arranjar um lugar bom, bonito e bacana para revelar os filmes, já que a lomografia virou o que virou, uma mania. Pois é, ledo engano o meu.

Minha gente, pra começar, não sei se é por falta de costume ou pela rusticidade da Holga, que torna uma coisa que seria, a priori, muito simples, em algo super mega ultra difícil. Coisas tipo colocar o filme, bater as fotinhas e tirar o filme podem se tornar um exercício de frustração. Tem que tomar cuidado com a luz, porque o filme é mais sensível, ao contrário das analógicas domésticas de 35 mm, o contador não trava a cada foto, o controle é no olhômetro e, a coisa é ao mesmo tempo que rústica (por conta da máquina), sofisticada por conta dos filmes, que são caros, delicados e de diferentes qualidades: tem filme pra dia, noite, etcetera coisa e tal.

Dai veio a dor de cabeça de verdade: a revelação. Anotei em um post-it cor de rosa, com minha caneta nanquim mais querida, todos os endereços cariocas que revelam 120 mm. Optamos, por uma questão de comodidade e mobilidade, pelos endereços do Centro. Olha, revelação (digitalização e impressão) analógica-lomográfica-hipster-dosinfernos é uma coisa cara, de doer no fundo dos olhos. E pior, pode ser caro e ruim, com atendimento de quinta em que as existências nem saibam cortar as fotos. Foi o que aconteceu com a gente. Osso.

Então queridos leitores, deixarei aqui umas diquinhas pra não caírem no conto do vigário lomográfico:

1. revelação 120 mm é a coisa mais cara do mundo mesmo e preto e branco é caro², não é todo lugar que revela, não é todo mundo que entende, dai o povo ruim se aproveita;
2. essa coisa lomográfica pode ser um pouco estranha, porque revelação não é bem o que a gente estava acostumado (pelo menos eu);
4. revelação é colocar o filme em negativo;
5. ampliação é colocar no papel;
6. quando acabar o rolinho, leve para um laboratório de confiança e peça apenas pra revelar e, se possível, gravar em cd, porque ai você analisa em casa quais negativos merecem virar fotinha.


Bisous.

Imagens: 1. Alice in Wonderland, 2. Holga, filme black & white lady grey 1290 film 400.

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