Chega de saudade, a realidade
>> domingo, 4 de dezembro de 2011
Hoje umas das melhores amigas da vida toda, aquele tipo de amiga que é irmã, Bel, amanheceu na Alemanha. Ela já foi outras tantas vezes, desde o tempo que eu morava em Fortaleza, até minha vinda para o Rio. Alemanha não é lá um mistério para Bel e nem a língua, que ela já vem estudando faz tempo.
O que se passa de diferente dessa vez é que agora Bel foi para fincar raízes, lá no país da Floresta Negra, dos Grimm, do Goethe, do Bach e eis que fica um aperto no peito. Por mais que o aperto já exista, porque estamos morando longe, não dá pra evitar. E agora a distância é um pouco maior.
Ai mesmo tempo que dá um aperto, um desconforto no coração, tem a sensação boa de saber que alguém que a gente ama está indo ser feliz, sabe como? Pois é.
Dia desses estava me lembrando, como sempre, das tardinhas e noites na casa de Bel, no recôndito, escondidinho que só ele, na Maraponga. Lugar de joaninhas, de ordas de borboletas, de macaquinhos atrevidos, de cajueiros e sua florada da alergia bonita.
A vista do céu muito limpa, quase sem fios, todas as cores do fim de tarde de Fortaleza, dai o céu tomado por estrelas, a fresca da noite, o vinho, o café, tantas conversas sobre tantas coisas. A tarde de tricot (tricot de verdade), de Lynch, de Bossa Nova.
Sabe aquela música linda do Tom, Chega de Saudade, não é bem isso em relação a Bel e a mim, mas sim em relação a Bel e a Alemanha. Pois é. E é tão linda e a cara da Bel que é só o que me ocorre.
Bisous.
Imagem: Cultura Alemã em Fortaleza, lugar de muitos encontros, momentos, amigos.