Xoxos da meia noite: sobre café e bestagem

>> terça-feira, 23 de agosto de 2011


Dizer-se apaixonado por café é coisa comum de se ouvir. Todo mundo gosta ou conhece alguém que curte um cafezinho, não é mesmo? O de casa, o da padaria e que seja simples, longo, pingado, carioca. Todo mundo aqui e ali toma ou já tomou. Obviamente tem quem não goste de café. Eu odeio amendoim e está tudo bem.

Mas se repararem bem, existe por trás de um hábito tão comum, eu diria tão brasileiro, uma impáfia desgraçada. Pois é, no simples ato de tomar um cafezinho, e seus variantes. Não sei se por conta dos intelectuais franceses, porque todos posaram para fotos tomando um café, fumando um cigarro sempresempresempre com aquela cara francesa de 'j'aime personne' (não amo ninguém). Ou por conta do ar alienado e bobo das americanas e seus baldes de café da Starbucks. O certo é que, para imitar Sartre ou a Carrie Bradshaw (ou um misto disso - já pensou?) existe essa atitude antipática nos dois perfis de bebedores de café.

O bebedor de café francês ou italiano, forte e amargo (acho que é pra facilitar na fachada blasè) despreza o café da Starbucks, porque aquilo não é café. Simples assim.  E todos são profundos entendedores de café. Thiago e Anthony Bordain são desse grupo, sabem até o nome do café sei lá das quantas que sai do coco de um bichinho sei lá da onde. Pois é, esse é o melhor café do mundo. Não estou brincando, é de bosta de bicho. Parabéns pra vocês. Já o bebedor de café da Starbucks, que só gosta de Starbucks e pronto, é um bobo que se acha cool, mas curte não amargar e acabar com as papilas gustativas pra manter a pose. Vai no açúcar mesmo. Troco um pelo o outro e não quero volta. É tudo gente enjoada. Posso até amá-los, mas são uns enjoados.

Eu gosto de café de quase todas as maneiras (menos uma coisa bizarra de colocar o café comum já passado e adoçado na geladeira pra tomar mais tarde. Eca.) o de casa, o da padaria, o da casa da família, o besta francês ou italiano, assim como o bestão Starbucks. Gostava até do café requentado da cantina da francesa, aquela aberração, porque eu carecia de um cafezinho pra encarar as aulas de 7h20 da matina. Porque eu gosto de todas as nuanças do sabor do café. É vício.



Pra mim quem entende de café é mineiro, que faz café num mancebo (o coador e o bule), nem forte nem fraco, doce na medida, para acompanhar um bolo de fubá ou o pão de queijo fresquinho. E eu acho que eu sou mais metida que todos vocês.

Inté.

Imagem: café de coador na caneca e pão de queijo quentinho.

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