Ser o que a gente é
>> sexta-feira, 15 de abril de 2011
Postei duas coisinhas lindas vindas esta semana, ecos do Dragão fashion, ecos afinados. Ontem a coisa saiu do tom.
Este é meu medo e já era coisa que observava quando dividi sala de aula com este povo, folgo em dizer, talvez, a melhor geração, até agora. E quando ainda muuito verdinha, leigaleigaleiga, trabalhei de bainha, botão e de vestir modelete da Elite para alguns desfiles, incluindo momento mágico e árduo que muito já falei por aqui e prefiro não me repetir, já sentia alguma coisa no ar, de querer ser o que não se é. Para brilhar, de verdade e ser feliz, a gente tem que ser o que a gente é.
É que o problema do povo de moda do Ceará é que ora exagera no regionalismo ao ponto de ficar caricaturesco, cordelismo e eu diria, o que os outros reclamam muito e às vezes não vejo problema, mas no caso, vejo sim, figurino.
A gente ama e precisa do onírico, delírio, que é o tal do conceito em passarela, quando bem trabalhado, desde o investível Chalayan, Nakao até a leveza estética e conteudística da Chanel, do prório Lino Villaventura.
Lembremos da Semana de 22, fórmula quase perfeita de como podemos absorver e transformar as influências de um outro lugar.
Inté.
Imagem: desfile lindolindolindo de Walter Rodrigues. Além das sombrinhas que remetiam à cidade inspiradora de tudo, Quipapá no Sertão de Pernanmbuco, falava de tipos de costura que estão desaparecendo, como a barra de lenço, o viés francês e a costura inglesa.