Xoxos da meia noite: Beatles e papai
>> sábado, 20 de novembro de 2010
Uma das lembranças mais antigas que tenho é de toda a comoção, todo o abalo que o mundo passou com a morte do John e muita tristeza na minha casa, porque meu pai amava Beatles.
A outra também tem a ver com Beatles, porque justamente pelo amor do meu pai, era a nossa trilha sonora de todas as manhãs.
Ele dizia que seus filhso mais velhos, do primeiro casamento, amavam Beatles, era a música que deu vida a casa velha da Domingos Olimpio, sua primeira casa, por isso, pegou o hábito de ouvir, através deles.
Uma das poucas vezes que fui àquela casa, a casa velha da Domingos Olímpio, reparei no quadro antigo dos Beatles num dos quartos (num tempo que faziam as casas com os quartos um entrando no outro, como um túnel sem sim), já amarelado, mas que eu quis tanto pra mim.
Meu pai ouvia Beatles, dizia ele, pra lembrar da adolescência dos filhos. Conversa, certo que tinha este sentimento também, mas ninguém ouve algo durante todas as manhãs, por 11 anos, pra lembrar de outra coisa. O nome disso é amor.
Aquele velho pertinaz que gostava de jazz, música erudita e também, música de dor de cotovelo (Maysa) se amarrava em Beatles. E sem saber, de quebra, criou outra apaixonada por besouros britânicos.
Deixo com vocês a minha música favorita dos Beatles, a mais genial na minha opinião, Tomorrow never knows. A coisa mística, mágica da letra, que pra mim faz todo o sentido, livro dos mortos do Tibet, Nietzsche, o livro de Alpert e Metzner, embarcar em toda a sonoridade desta música é quase caminho sem volta pra entender o quão genial foi este negócio chamado Beatles.
É paizão, estou xoxando o senhor, viu? turn off your mind, relax and float down stream, it is not dying...
Bisous.
Imagem: John e Paul no Magic Mystery Tour Bus.