Sobre filmes e sustos: a estética das coisas

>> segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Como o tema desde domingo está sendo filmes de terror, darei o meu parecer, como fã de longa data do gênero.

Quando a gente fala de filme de terror a gente faz logo associações com violência, agressão, etcetera, associações que não são de completo equivocadas, até porque a grande maioria dos filmes de terror só são isso mesmo. O que não é ruim no meu entender, porque de qualquer maneira é um veículo, digamos assim, pra gente extravasar muita coisa dos nossos instintos. Fora que uns sustos são bons, pra fazer a gente se sentir vivo rs. Há quem prefira montanha-russa, eu prefiro filme de terror ;)

Só que a gente esquece que a estética do terror também encanta quem não interpreta as cosias de forma tão literal, como Kurosawa (que meu filhão citou. três dos sonhos em Dreams são pesadelos e a gente pode entender como pertencente à estética do terror), Bergman, Lynch, Von Trier.

O que há de se reparar nestes filmes e na leitura que estes diretores fazem desta estética, é que ela vem pautada, em suas leituras, na referência visual, das cores ou ausência destas, como no poema introdução do Persona de Bergman. São filmes que muito mais nos inquietam, perturbam e tiram o sono por longa data, do que qualquer carnificina proposta por Jig Saw rs.

Contudo, não só diretores de cinema alternativa e/ou de arte têm este olhar. Um gênero que é super interessante para prestar atenção, em termos da plástica e estética da coisa, são os filmes orientais do gênero. Fora a vasta referência budista, que é bem interessante e de lendas e mitologia daqueles países, orientais sabem trabalhar com cores, formas, texturas como poucos povos o sabem.

Fiquem com as imagens de um destes filmes, um dos meus favoritos.

The Tale of Two Sisters (Janghwa, Hongryeon literalmente Flor de Rosa e Lotus Vermelho) que conta um surto de uma jovem. Claramente inspirado no Persona do Bergman e no Mulholland do Lynch, o que não é ruim, pelo contrário, porque não se trata de uma cópia vulgar. É um tema super interessante de se trabalhar, porque polariza uma série de questões, as angustias humanas, como por exemplo a culpa.

Fiquem com as imagens.



Bisous.

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