Sem título ou pós hiato

>> quarta-feira, 11 de agosto de 2010


Engraçada é a maneira como as coisas acontecem e como tudo, de repente, pode se transformar. Mal fazem dois dias que publiquei aqui minha falta de inspiração e vontade (mesmo) de escrever de forma mais 'conteudística' sobre nosso assunto favorito (pelo menos o assunto favorito do blog) que é moda, e já estou aqui de novo pronta para escrever e reverberar sobre rs.

Mas claro, não para falar desta ou daquela estampa, padronagem, modelagem que se está ou estará se usando ou as benditas tendências. Ou analisando como fulana, beltrana ou até eu mesma, em termos de figurino e etcetera, se sai. Mas as nossas pensatas bloguísticas de todas as semanas (ou quase) sobre porque certas coisas são como são neste mundo fashion - em termos de Brasil, novíssimo mundo fashion - mesmo que muitas vezes estes textos deixem mais lacunas e perguntas do que respostas. Até porque isto é bom. O fim só vem com a morte e para quem é cético, o que não é meu caso.

Não me levem a mal (nem tanto), realmente não acho que blogs que falam sobre os temas acima citados ou até mesmo os que só falam do acima citado, não sejam necessários. Mas, como sempre gosto de reiterar, não é 'a nossa ' aqui no RQ. Sabe como, o nosso desopilar vem com a semiótica das cousas.

Talvez por este perfil de escrita que é o meu perfil desde sempre, não foi uma coisa que construi para o blog ou para 'dar onda' de intelectual 'das moda', mas o caso é que, a minha abordagem do tema, faz com que as pessoas me super estimem o que me deixa lisonjeada, mas eu sei bem o meu lugar.

Por que que eu não falo do "não se levar a sério"?

Explico: se você não se leva a sério, quem mais o levará, entendem? Nunca entendi ou quis entender esta expressão.

Acho contudo, que o mais adequado é o se super estimar, que tem demais por ai e é um padrão que realmente fujo às léguas. Porque uma coisa é reconhecer o seu próprio valor e outra é se colocar num pedestal iconoclasta.

E o que aconteceu?

Recebi uma proposta linda, de uma pessoa encantadora e que me deixou 'remplie de moi même' (cheia de mim mesma), indicada por dois queridos, a Sil e o Tiago, mas que tive que abdicar, porque realmente não me sinto preparada e por 'n' motivos.

Seria para entrevistar uma pessoa que eu não conhecia (e que agora conheço) e que é super importante para a produção intelectual de teoria e história da moda brasileira.

Certa vez, durante o curso de letras, ainda arrumando o antigo projeto sobre Clarice Lispector, com minha antiga orientadora em literatura feminina, consegui o contato da professora Nadia Batella Gotlib e depois de algumas tentativas, consegui uma midi-mini entrevista sobre sua fotobiografia da Clarice. Só que eu já havia lido toda a sua publicação, era da minha área, quer dizer, todo um terreno palpável e de meu conhecimento. O que, infelizmente e que me corrói de vergonha, não é o caso com esta outra autora. Por isso, não me sinto digna nem preparada para tal.

Uma pena que a pessoa e o estudo que ela desenvolve é, até certo ponto, desconhecido, até de quem estuda moda.

Até porque a gente conhece demais certos nomes que, tem uma produção, em termos de conteúdo, irrelevante e não são estas pessoas que orientam, direcionam e estimulam os novos nomes da moda, que de repente estarão desenhando o cintinho bacana da Colcci daqui uns anos ou estarão desfilando em NY - ou até, quem sabe, Paris. Mas é uma pena que as pessoas não pensem nisso.

Contudo, eu acredito que as pessoas que lêem o RQ estão nesta vibração, senão nem leriam, né? Fariam como os demais, 'o blog daquela desconhecida, chata e verborrágica' rs. Adouro 'minha fama de má'. Roverto Carlos in the vice ♥

Espero, dentre em breve, estar falando de um dos livros desta pessoa, mas já adianto aqui alguma coisa.

Senti-me super honrada e, acima de qualquer coisa, tocada e agradecida. Contudo, outros sentimentos, pensamentos e consequentes digressões (claro, né rs?) me vieram aussi.

A falta de interesse, como já citei, no conhecimento técnico, teórico sobre moda, a socializar tais conhecimentos até, e que dá um largo e perigoso espaço para o achismo empobrecedor.

O problema do 'qualquer um pode falar sobre isso, é só roupa, no fim das contas'. E estão ai, estas ideias assolando a bloguelândia, com audiência alta e transformando todo mundo que tenta abrir uma brecha para que a moda seja entendida e sentida, numa coisa tacanha e antipática. Porque se, você não falar sobre esmaltes, sobre coordenação de peças e cores, lookbook, a roupa da celebridade, você não consegue que as informações se socializem. E deste jeito, mes amies, não há como não se tornar tacanha, porque cansa.

E várias digressões são possíveis, meu maridón me fez até alguns anagramas: as pessoas são assim porque são limitadas ou detestáveis ou as duas coisas ao mesmo tempo; ou não são nada disso, mas não dão a mínima para os blogs de moda; algumas pessoas não são, gostariam de comentar nos blogs de moda, mas não conhecem um bom, mas também não estão com tanta vontade assim de procurar; e ainda, algumas pessoas não são e gostam de comentar besteiras nos blogs de moda simplesmente para desopilar, nem que seja para falar mal de alguma coisa ou alguém, portanto não querem nada muito profundo.

E eu super acho que estas últimas ganham e são a maioria.

Gente que segue a Erika Palomino no twitter, mas estão ao mesmo tempo pouco se importando se ela detona este ou aquele desfile, porque no final das contas a pessoa vai até a loja e compra. Mas é legal seguir a Erika Palomino, como comprar uma Vogue e deixar na mesa de centro ou no revisteiro, para todo mundo saber que você conhece Erika Palomino e/ou lê a Vogue. Porque aparentar, sempre será a máxima, até para quem desdenha de quem aparenta ;)

Bisous.

Imagem: Vogue Itália, 2005.

Postar um comentário

Salut!

As amigos que sempre vêm por aqui, é muito bom contar com a participação de vocês.

Aos que escrevem pela primeira vez, sejam bem-vindos.

Aos que preferem postar anônimo, saibam que serão liberados se:

usarem o espaço de forma sensata, porque a gente não chega na casa dos outros com libertinagem, esculhambação e nem jogando lixo.

"O Centro por toda a parte, o epicentro por parte alguma." Pascal.

Au revoir.

Related Posts with Thumbnails
Creative Commons License
Reverbera, querida! por Eliza Leopoldo está licenciada sob Licença Creative Commons Atribuição 2.5 Brasil.