Pensamentos dissonantes
>> quinta-feira, 15 de julho de 2010
Venho observando, pensando e escrevendo (aguardem) sobre um certo posicionamento que observo aqui no Rio e que a gente vê reproduzido em outros lugares do mundo (como bem observou a @krisgue) do excesso de exposição do corpo.
Dai me ocorreu que, o que muita gente aponta como elegância, que não está associada em absoluto a este excesso de despojamento, algumas pessoas observam como uma postura até estranha, dos "fashionistas que não sentem calor" (como apontou a @weissfuder).
De digressão em digressão, me lembrei de uma certa época e de um certo monsieur que orientou toda uma geração justamente neste pormenor, a elegância. Estou falando do Dior.
De digressão em digressão, me lembrei de uma certa época e de um certo monsieur que orientou toda uma geração justamente neste pormenor, a elegância. Estou falando do Dior.
E como ele detestava o que chamava de 'nonsense', que a gente pode, de repente, associar ao que Chalayan faz e o que o McQueen fazia. Como ele chama em seu petit dicionário (que aliás, super recomendo), "a moda enganosa que visa publicidade". Muita gente também entende como coleções "cabeça", intelectualizadas, não usáveis, "despropósitos", né rs? Coisas que gente como 'euzinha' considera maravilhosas, como esta imagem que ilustra este texto, de um dos desfiles icônicos do McQueen.
Contudo, é interessante reparar que, o tal 'new look' (nome fantasia criado pela sagaz Carmel Show) da Dior, surgiu sim com suas formas luxuosas, mas exageradas, voluptuosos, em vestidos que poderiam levar até 40 metros de tecido. Tem noção do que é isso?
Vestir-se de forma elegante, com uma saia que meça tanto, que não ultrapasse isso, tem-que-ser-assim e bla bla bla do Monsieur Dior e nas formas secas do Balenciaga... e os vestidos de 40 metros de tecidos do 'new look' Dior e a modelagem triangular de Balenciaga é seguir as regras deste caderninho à risca? Eles não caem justamente no lugar comum, ditado por eles mesmos, como 'nonsense', ou seja, a roupa espetaculosa?
E não me entendam mal, eu adoro os dois, mas também amo muito me debruçar sobre as ideias até ficar com dor de cabeça. Saber o que motivou certas atitudes.
Uma das coisas que eu mais gosto é desenlinhar novelo de lã. É um exercício bárbaro de paciência e prática de resolução de problemas.
Uma das coisas que eu mais gosto é desenlinhar novelo de lã. É um exercício bárbaro de paciência e prática de resolução de problemas.
Amo Dior e viva a McQueen rs.
Bisous.
Imagem: icônica de um dos desfiles conceituais do Lee (Alexander McQueen).