Paris Fashion Week - Gareth Pugh
>> quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Quem me conhece sabe que sempre que afirmo "adourar uma tendência" há aí muita ironia. Decerto porque sempre me interpretei e vesti portanto de foram outsider. Sempre indo contra ao que as "tendências" apontam.
Sempre me inspirei para vestir no sentir dos tempos e no "gostar de", muito mais do que catar as tendências e usá-las. Aqui e ali as tais tendências sopram ao meu favor, como a glória do esmalte azul e roxo que tanto usei, o que fazia as pessoas me olharem de forma estranha e hoje foi/é/está eternizado por Chanel; vocês não acreditam realmente que algum dia o Blue Satin será considerado demodé, né?
Ou então a calça escura e as cinturas altas, quando todo mundo gosta de sentir o umbigo desnudo, mesmo que por dentro da camiseta. Ou ainda o conforto duma calça sarouel, porque são sim muito confortáveis. Aliás, é um dos segredos do bom vestir, sentir-se bem com a peça. Se não sentir conforto, não rola, dai todo mundo nota e daí vem a deselegância (óbvio que tem muito mais do que isso, é só uma explanação très rapide).
E não é nada demais, é apenas uma questão de estilo. O meu é uma mélange divertida, ora preto ora rosa com caveirinhas felizes em meio à pérolas.
Desta esquisitice (para alguns) até hoje recebo olhadas fixas, e noto que são mais de curiosidade. Com exceto da minha sogrinha amada (amada mesmo, é um amor de pessoa) que sente aflição com minha camiseta com caveirinha de laço e nariz de coração (um botão vintage).
Esta esquisitice é uma forma de tradução da alma, ora meio lúgubre ora feliz, mas fora do lugar comum.
E o que acham que senti quando vi (infelizmente só por imagens) a coleção de Gareth Pugh?
Não é uma primavera cinza e com zumbis. Não é para esta primavera/verão ou para o outono/inverno, é pra quando der vontade de incorporar sentimento pós-punk, bem lúgubre como o som do Joy Division ou o hino das "maluquetes fashion" da década de '90, Zombie de Cranberries, uma banda mais que referencia de vida.
É informação e roupa que faz performance sozinha, sem precisar que a modelo aja de forma teatral. Brilhante.
Gareth Pug, absolutely amazing.
Veja mais ici.
Bisous.
Imagens Coutorture.