E mais um pouco de Chanel

>> terça-feira, 6 de outubro de 2009


Falei ainda há pouco sobre este desfile que foi gracioso. Esta é a impressão geral, foi uma graça mesmo.




A fazenda pensada por Lagerfeld não deve lá ser a mesma em que viveu parte de sua vida (a declaração está no mesmo post linkado e que saiu no NY Times) nem tampouco é tão Marie Antoinette assim, mas sim, lembra, dum certo ponto de vista, imagético e manipulado com louvor. Bravo Kaiser!



O desfile se passou no Palais, uma passarela que reproduzia uma fazenda. Em Versailles existe algo assim, em que um dia Antoinette, por capricho, reproduzia os ensinamentos pastoris dos Iluministas (os mesmo Iluministas que tramaram, ao lado de outras forças, a destruição da corte francesa; não afirmo que não mereceram, mas sempre existem dois lados) e um sopro de "vida simples" (ênfase nas aspas).



O mais bacana é observar que esta visão de Antoinette (graciosa, jovial e ainda mais sedutora) ficou mais forte após o filme de Sofia Coppola, baseado na biografia escrita por Antonia Fraser.

Interessante porque os franceses odiaram o filme, consideraram um acinte Antoinette ser retratada de forma tão humana, já que fora uma "vadia histórica" (para os franceses, alguns muitos, pelo menos). Levar uma inspiração dessas ao Palais é sim, muito ousado e subversivo. Quando se afirma que o Kaiser é o Kaiser, não é para menos.

Até agora estou assim, encantada com o desfile, foi um show que muito mais valeu pela graça, a sagacidade do espetáculo em si, da performance dos modelos, do que pelas tendências para s/s europeia, apesar de que tais informações estão presentes.



O casamento, já em triângulo amoroso, entre Baptiste, Lara e Freja foi o melhor.

Como a evolução do grand finale, a entrada da noiva nos desfiles de grande porte, mudaram por completo, não é? Adourei o detalhe (teve muitos) dos pés descalços, melhor do que com aquele tamanco (babuche) que não gosto, mas que talvez venha a tomar de amores os corações fashionistas.

Paris é Paris, com Chanel é mais Paris ainda.



Bisous.


Imagens: Coutorture.

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