Chanel, Kaiser e alguma cousa sobre o ser por trás da logomarca
>> segunda-feira, 27 de julho de 2009
Saudade de mostrá-lo. Lindo essa imagem, né? E mostra bem o que vai se tratar nestes escritos, um Lagerfeld à distância, registrando a delicadeza da bailarina que quase plana sobre a logo marca inconfundível da Chanel.
Mas, ao que parece, Kaiser dá indícios de que não gostou do filme. Nada de Audrey nos desfiles, nem menção de Lagerfeld sobre. Talvez por conta, ao que dizem, da maneira como se retratou Mademoiselle.
Bien, pelas biografias que temos de Chanel e sobre o que podemos ler por aí sobre, o filme (esperando para assistir) mostra uma Chanel mais "humanizada" (não é este o termo, mas não vem lá outro melhor). Menos a grande mulher de sua época, icônica, aquela Chanel que não entendia só de *modelagens, mas sim da burocracia, e dos acordos, do trabalho em depreciação da vida amorosa (besteira, porque ela viveu a vida amorosa muito bem, só não casou. E daí, né?).
Parece que o filme mostra uma Chanel que se permite fragilidade, que sucumbe aos "males" amorosos, que parece assim, na descrição, piegas, mas só se sabe ao certo assistindo, porque crítica por vezes é um negócio tão relativo. Mesmo quando se fala em uma crítica "especializada", eu que já exercitei a tal da crítica "especializada", desgostava tanto de tanta coisa, desde do que se avaliava até como se avaliava e porquê, por quem se avaliava. Todo mundo acaba "puxando a sardinha pra sua brasa", deixando o subjetivo mega dominar e a tal da distância da objetividade, no final das contas é pataquada.
Quando se fala/lê sobre a vida da Chanel, como já frisei aqui, fala-se da "mulher metonímia", ela pela marca, vice-versa, confundido-se e até é um pouco por aí mesmo. Contudo, uma pessoa é muito mais do que só o seu trabalho, por mais que às vezes não possamos distinguir.
Sabemos que a missão (uma das, em termos de Chanel) do Kaiser é sustentar toda esta mítica, aqui e ali com as informações de seu conhecimento de mundo, as luvas, o cumprimento das saias e este halo de austeridade, classe, l'a vand-garde de Coco Chanel. A gente que está de fora só vê o espetáculo da Couture, o glamour, o fetiche "fashionista", mas há tanta trama, uso e desuso por trás das sedas...
Bisous.
Imagem: Style.com
*Chanel dominava a arte da moulage e da modelagem. Fica a dica pra quem quer seguir as sendas da criação de moda, se espelhem nos grandes nomes da Couture em termos de conhecimento técnico, pôr a "mão na massa", não é o suficiente, mas lhe dará um pormenor a se notar.