Passeios e coisas por contar
>> sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Passear é sempre bom, ainda mais no friozinho que se fez presente esta semana aqui no Rio.
Em busca das compras para as bodas, fomos da Baixada ao Centro e de lá para a Barra. Muitas coisas vistas e que ficaram aqui comigo, meio que tatuadas ou ainda como filme de caixinha antiga.
O Rio é velho, é lindo e moderno, é caótico, sujo, marmorizado, concrético. É em morros e areia de praia e de seus ventos glaciais - não só no Leblon, Adriana.
É, eu sei, completamente diferente do calor e do bronze da mulata, da Garota de Ipanema do New Jazz, mas este é o Rio que estou vivenciando ou ainda que filtro através de minha vivência. A coisa é plena e intensa, com muita Bossa, mas com muito drama, como as chuvas de verão, tempestades de Vivald.
Chovia chovia e meu sapato bonequinha protegeu meus pés tudo o que meu desavisado casaquinho não protegeu meu corpo, mas valeu afinal de contas!
A rua da Alfândega é um encontro de aromas vindos das lojas de especiarias e cozinha gourmet, rústico. Algo como o Mercado Municipal em SP, só que individualizado. Lá ainda abriga a efervecência do comércio popular. Muitas lojinhas vendendo quinquinharias uteis e inuteis. Gente que esbarra no tudo e no nada.
Compramos fondant, fava de baunilha - crème brulée perfeito. Compramos fitilhos, miudezas e vi os mais belos enfeites de natal: fadas, duendes em cetim e organza. Em cores quentes, frias, com rostinhos de porcelana e guizos que adornarão nosso Natal que se fará belo, como nunca antes!
O Halloween, apesar de não ser nosso, se fazia presente também, em guloseimes típicas, meio que irmãs do Cosme Damião, mas em pumpkins de brinquedo, gatinhos assutadiços, mimos!
Mas o natal se fazia imperoso e fico a imaginar quando tudo estiver em luzes para recebê-lo... adoro Natal!
E fomos a ABL, a Exposição Machado Vive. Foi muito, muito emocionante! Seus manuscritos, sua biblioteca pessoal, o bouquet de folhas de carvalho... sua estátua de bronze no meio do pátio da Academia e muita, muita chuva. E eu? Toda boba, chorosa e risonha, acenei para ele em estátua ao sair.
E busca da Confeitaria Colombo eu vi o Munipipal e não vi mais nada até a Colombo. Não há como se ver algo após dar de frente com o Municipal pela primeira vez. Ali, em sua esquina me senti tão miuda perante a grandeza do Teatro Municipal da cidade do Rio de Janeiro, com seus deuses e musas das artes, em pedras nobres, metais e duma arquitetura que nos faz perguntas verticais.
Mas, ao chegar na rua em que fica a Colombo, uma ruazinha, como a do Ouvidor, a própria Alfândega, ruas assim que são comuns no centro do Rio, estreitas, com paralelepidos, com ares do Séc. XIX, tão amado, então, meu amor me disse, " a sua direita", que eu me virei... sabe aquela sensação? AI DE MIM... suas vitrines, porcelanas, lustres, moveis, madeiras, cerâmica portuguesa e vitrais... é uma iluminação que espanta de tão bela é uma beleza que ilumina de tão espantosa! Não tive fome nem para um quindim de camisola...
Ao sair, meio tonta, estupefata, comprei uma Vogue passarelas, fraquinha como foram os desfiles, voltei a mim. Vi umas lojas bem interessantes. Um lindo vestido marfim com flor. Vi uma loja de acessórios, caríssimos. Vi uma chapelaria!!! Vi uma encharpe de rosas feitas em organza com detalhes em cetim que era uma delicadeza! Custava um brilhante H. Stern, mas que divina!
Vi muita gente bem vestida, e mal vestida e mendigos Nouvelle Vague, de sobreposição fumando resto de cigarros. Sombrinhas de onça - quero uma - botas bem e mal usadas, casacos, jaquetas, tons de terra, preto e cinza, algumas jovenzinhas coloridas, muitas coisas que tanto quis fotografar e não pude... mas que trarei os registros assim que puder.
Ao irmos para Barra, no percurso ficamos ilhados em um congestionamento gota-gota. Muita chuva até a Barra, para o lançamento da Noivas Rio de Janeiro Primavera. Noite fria, ventava forte, mas na livraria em que se deu a festa, muito espumante bom e canapés sofisticados - great! E bem casado de mimo para quem comprava uma edição!
Com minha revista rosa em mãos, voltamos para casa com muitos chocolates para as crianças, quitutes para as bodas dos avós, mil idéias de embrulhos para bem casados, o que fazer com organza, fadinhas, duendes, Machado, a Colombo e a pena por não ter lambrado de procurar a Martha Stewart. Ah, ganhei ainda, um bouqet de copos de leite, compramos na Rua do Rosário no Centro do Rio, outra daquelas lindas ruas que descrevi. Lindos copos de leite que agora estão em minha sala!
Tudo isso, enquanto as crianças se esbaldavam numa festa de aniversário com massas italianas, doces típicos e nós com muiota classe e molhados na capital fluminense. Que primavera!
E mais...
...não vi, ainda, a tal loja que organiza festa tipo petit comité para compra de vestidos finos e lingerie para festas, no Fashion Mall. Mas irei!
Contudo, revi a lojinha linda de bolos que fica no piso I do Barra Shopping. Faz bolos finos, mini bolos com pasta americana e muito esmero. Curioso para quem nunca viu, mas aqui é muuuito fácil encontrar um bolo decente, bonito e não tão caro que sirva sim para um bom brinde do tipo bolo&champagne. Para quem vai ao Barra ainda é mais cômodo, porque se compra o bolo na Meu vício desde o início e o champagne na Lidador, ambas as lojas ficam no Nível Lagoa.
Vitrine da Lidador Barra Shopping.
Hoje passearemos mais e quem sabe já consiga os registros que tanto quero. Ah, e Martha!
Bisous.