La Révolution!

>> terça-feira, 12 de fevereiro de 2008






A Noiva Campestre - Desenho meu,
Pastéis,grafite HB e 4B




Interessante como este título adquire um maior peso nesta versão de neo-latim francês – La Révolution! – grafado desta maneira, ou nos leva diretamente ao divisor de águas da contemporaneidade, a Revolução Francesa, ou então à famigerada revolução sexual e feminista da década de 60, em que desbravadoras do “Y não me faz falta” (cromossomo) queimavam soutiens, entre outros atos, no que conhecemos como Levante Feminista. E ai nos vem outros nomes à mente, como o da também francesa Simone de Beauvoir, autora de Os Mandarins.

Revoluções que mudam a história e seus rumos, que falam de liberdade, de atitudes “à vanguard”: não mais nos submeteremos a autoridade da revolução burguesa, que apenas deixou de ver autoridade nos reis para passar a outros, até a “Jamais lavarei cuecas novamente!” e “Ateiem fogo nos soutiens!”... só espero que a Wolford não seja tão antiga... São os tais pensamentos libertários, que têm todo o meu respeito, e morre ai.

Os tais pensamentos libertários, de pessoas que se julgam donas do próprio nariz, desde a quem não se submete ao julgo capitalista – um pigmeo, talvez, ou uma tribo indígena ainda não descoberta... (eu ia usar ursos polares, mas até eles são capitalistas, no sentido de que eles são símbolos da Coca-Cola no natal) – desde aos que crêem que o casamento é um verdadeiro pesadelo, antiquado, fora de foco. Sim, o casamento virou um pesadelo para os vanguardistas, pois estas pessoas estão assumindo o lugar de não-manipulados por idéias românticas e “idealizadas”, muito ajudadas pelas comédias românticas Hollywoodianas, que todo mundo gosta de assistir, inclusive essa adoradora de Bergman aqui.

O fato é que, concordando com minha amiga Vogue, ser revolucionária hoje é casar. É sim, não se assombre! Veja bem: as pessoas que assumem a postura de trocar votos na frente de um sacerdote, de ir até um cartório civil e assinar o tal documento que faz de você uma pessoa casada, em dias em que a grande maioria passa dos trinta beijando mais de seis bocas por noite em boites, é completamente contra a maré, à margem, e a minoria, já que o casamento é uma instituição falida. Até a nossa vizinha invejosa e mesquinha que nos para para tentar nos convencer a não casar porque “homem não presta” é o mote da vez. Você, querida noiva, que usa esta argola prata ou dourada em sua mão direita, que sonha com o bouquet, com marcha nupcial e em formar uma bela família, faz parte das revolucionárias dos nossos dias, como as mulheres que se tornam mães (eu falo de mães, não arremedos), já que somos tachadas de ingênuas, sonhadoras, até loucas. Não estamos seguindo a cartilha da vovó, mas sim uma cartilha toda nossa, pintada em tons pastel e rosa, perfumada com a baunilha dos bem casados, ideário de quem se vê livre, tão livre, que quer sim se prender a alguem, se deixar envolver pelos sagrados votos do matrimônio, amen.

PS: Para quem não sabe, a filósofa e escritora feminista Simone de Beauvoir, apesar de todo o discurso e postura, viveu maritalmente com Jean-Paul Sartre, também filósofo, e vesgo; ambos se traiam mutualmente, mas morreram bem velhinhos, um ao lado do outro. Pelo amor de deus, a mulher era feminista, mas desenvolveu a mais romântica das doenças, um mal nos pulmões, pela morte de seu amor, como as mais doces mocinhas alencarinas.

Feminism, give me a break!

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