Les Misérables

>> sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013


Começo estes escritos ainda aturdida. É que nessa quinta-feira assisti a nova adaptação de Os Miseráveis para o cinema, que inclusive está indicado ao Oscar. Falei qualquer coisa aqui.

Aturdida porque a estória de Os Miseráveis tem esse efeito sobre qualquer ser humano passível de empatia. É impossível não se tocar um mínimo que seja pelos personagens ou pelo enredo em si, que basicamente fala da miséria humana, desde a degradação espiritual e moral até a miséria que mais facilmente reconhecemos, fruto da extrema pobreza, que tanto pode ser de corpo, como de alma. O que mais me toca na trama, é que a miséria mostrada como a mais terrível e que mais aflige o ser humano não é a miséria de bens e de recursos, mas sim essa outra, que toca no inefável, como é o caso de Javert, que saiu dessa miséria (filho de uma prostituta e de bandido, criado em orfanato) e trilha um caminho de correção segundo o sistema, mas que de fato é profundamente miserável por conta do coração endurecido.

O filme está lindo, lindolindolindo. Essa coisa do épico casou muito bem com o musical, mesmo com os planos fechados que, à priori, não combinariam com uma narrativa épica, por conta da grandiosidade do enredo. O fato do filme ser quase que 100% cantado estranhamente resolve este problema, justamente pela grandiosidade das canções, como I dreamed a dream. E realmente, Anne Hathaway está inacreditável. Quem lê Os Miseráveis carrega Fantine para o resto da vida. Quem assiste a Fantine de Anne Hathaway a carregará ouvindo-a cantar I dreamed a dream.

Bisous.


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