Continuando as postagens sobre a Couture Spring 2013, com Chanel, ah, a Chanel. Alguém pode se perguntar, mas pra quê tanto amor, pra quê tanta fissura e devoção se, ao final, tudo o que a gente consegue consumir de uma marca como a Chanel são os cosméticos, as bolsas e sapatos (em out let e brechó - falando por mim, é claro)? E eu vos respondo, não poderia ser diferente.
Tanto pelo amor, ainda mais pelo engajamento político de Lagerfeld, que encerrou o desfile com uma sugestão de casamento homo, o que seria uma espécie de apoio à proposta da legalização da união homoafetiva na França, uma luta que o Presidente François Hollande assumiu. Aliás, não esperava menos de alguém do Parti Socialiste, partido que, independente de sua convicção intelecto-política, tem uma história de lutas e conquistas sociais importantíssimas, numa Europa varrida pelo liberalismo e fascismo.
E se alguém ainda pensar que a moda não nos oferece nada além de futilidade, vazia e insensível à realidade que nos cerca, está aí a resposta, numa coleção de vestidos de Alta Costura, da maison mais famosa e talvez, a mais amada/odiada de todas.
Ah, esse final, as noivas de mãos dadas, vestidas iguais, porque os direitos assim são, iguais, segundo a Revolução, são, a priori, iguais, e uma criança, um menininho, sacramentando (ouso afirmar) a complexidade da família homoafetiva, foi a lágrima final.
Lagerfeld, a gente de ama ♥.
Bisous.
Imagesn: Fashionologie.
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