Amy Winehouse

>> quarta-feira, 19 de novembro de 2008


Quem me conhece sabe a importância da música para minha vida e como grandes vocais femininos mexem com meus frames, Billie Holliday, Sarah Vaughan, Ella Fitzgerald, Edith Piaf, Fiona Apple, Björk, Beth Gibbons e até a voz da Christina Aguilera me faz parar para ouvi-la, só pela voz, porque o estilo e atitude são inexpressivos pra mim.

E Amy Winehouse me cativou pela voz, pelas letras, enfim pelo talento e por sua postura anti-diva que vi em muitas das mais queridas artistas, como a sofrida e injustiçada Camille Clodel, a vida enloquecida da Elis Regina e a escrita ferina que tornou tão só Hilda Hilst, dentre tantos outros perfis femininos que transgridem, incomodam e que as pessoas querem a fina força apegar da história através do desdém e da injúria.

Sim, eu concordo que ela passa por ridículo, que ela está se aniquilando e isso não é positivo, portanto erra horrores, falha assustadoramente e leva as últimas conseqüencias a máxima latina errare humanum est.

Mas ela está aí, resistindo, aos trancos e barrancos por ela mesma, dando combustível a imprensa morrom-lixo, dando-lhes pirulitos, balas, servindo-lhes chá em frente a sua casa e vez por outra lágrimas e porrada. E eu sinceramente espero que ela permaneça conosco, que se recupere, mas continue ferina, talentosa até a medula, anti-diva, como minha amada Hilda Hilst que devolveu todos os insultos e agressões duma academia e sociedade hipócritas, com escritos contundentes em prosa e poesia, até os quase 80 anos, vivendo muito que intensa e longamente uma vida out-sider total!


"Até um dia. Na noite ou na luz. Não devo sobreviver a mim mesmo. sabes por quê? Parodiando aquele outro: tudo o que é humano me foi estranho."

(Rútilos. Globo 2003)


"They tried to make me go to rehab, I say No, No, No
Yes, I've been black but when I come back you'll know, know, know"

(Back to Black. Island Records, Universal, 2006).

Bisous.

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