Os indicados a melhor filme do Oscar 2013

>> terça-feira, 5 de fevereiro de 2013




Já falei para vossas mercês que não sou lá muito entusiasmada com o Oscar, mas confesso que já fui. Em alguma era remota, anotava a lista de indicados - que era bem menor - e numa Fortaleza provinciana, rodava por todos os cinemas para assistir os indicados, coisa que me resultou em algumas dores na consciência (do gênero 'por que diabos  fiz isso comigo?'), como pegar fila para assistir uma das maiores porcarias de todos os tempo, Titanic.

Com o passar dos anos, descobri Cannes, Berlinale, Sundance e o Oscar se tornou, assim como os Globos (Golden Globes), um momento para ver red carpet, e obrigada Senhor, por Joan Rivers existir. Aliás, foi ela a primeira pessoa que perguntou num red carpet: quem é seu estilista? E é por isso que a gente adoura essa senhoura matracuda, cabide do Moulin Rouge.

Mas voltando.

Óbvio que continuo de olho nos indicados ao Oscar de melhor filme, melhor roteiro, melhor diretor, vocês sabem, e tento assistir alguma coisa, de uma lista que quase sempre não me anima, especialmente em tempos que todo mundo está de mimimi por causa do "esquecido" Ben Affleck e do Oscar. Melhorem.

Dos indicados este ano para melhor filme, eu meio que fiz uma sub-lista, dos que eu realmente queria muito assistir, e os que eu não fazia questão. Bien, a primeira lista consiste em Lincoln, Os Miseráveis, As Aventuras de Pi (mais ou menos, na verdade), Amor e Django Livre. A segunda é o resto, incluindo a chatice A Hora Mais Escura e o chatice dupla Argo. E assisti a segunda lista. É osso.

Esses dois filme, A Hora Mais Escura e Argo se enquadram no que para mim consiste num filme chato: cheio de argumentos hollywoodianos, de qualidade técnica, dirigido e/ou produzido por alguma persona cretina, que desagua num conjunto que assaz me desagrada. Os outros dois, O lado bom da vida e Indomável Sonhadora caem no outro tipo de chatice, o do açucarado diabético, ao fundo violino da vendedora de flores morrendo de frio. Não dá.

A lista que realmente quero assistir:

Lincoln, pois é, eu gosto do Spielberg (e do Tim Burton. Sim, minha casa parece uma loja de cupcakes, eu amo nouvelle vague, uso óculos e oxford). Concordo que a temática de vida de Spielberg, basicamente et-telephone-home, é dose, mas é dessa linha Hollywood Spielberg, personagens que despertam entusiasmo e empatia, como Celie de A Cor Púrpura, que gosto. Fora que é Daniel Day-Lewis como o próprio Lincoln e eu super curto Daniel Day-Lewis. Adendo: ele quase não aceita o papel.

O Miseráveis. Eu confesso que fiquei meio que assim-assim por se tratar de uma adaptação do musical Os Miseráveis, por sua vez adaptado a partir do grandioso romance de Victor Hugo, que aliás é um dos livros da minha vida. Por que eu fiquei assim-assim? Porque não deposito minha fé em musicais fora do teatro, desde a década de 1950. Acho que o último que vingou foi, sei lá, O Mágico de Oz. Brincadeira. Gostei (muito) de Dancer in the Dark do Von Trier (com Björkinha), mas né, Dancer in the Dark não é lá parâmetro. Tenho esperanças.

As Aventuras de Pi. Estão falando maravilhas do filme, mas de todos os jeitos possíveis. Está me dando preguiça. Temo por ser um monte de baboseira pseudo-filosóficas tecidas em efeitos especiais espetaculares.

Amor. É de Haneke. Gosto de Haneke. Sem paixão, mas gosto. Aprecio, fica melhor. E também que virou modinha após a Fita Branca. Ele me chamou a atenção em a professora de Piano, em Caché e Violência Gratuita (versão de 1997), que assisti na Cultura Alemã. É porque não consigo amar uma temática tão perturbadora, seca e agressiva. Não é como Tarantino que nos faz desopilar. É mais como Von Trier, que angustia e maltrata o espectador. Não tanto como Lynch, que nos faz precisar de receita azul. 

Django Livre de todos é o que realmente me entusiasma, pelo pastiche divertido e sagaz que Tarantino criou, pela inserção social de tema caustico, sem perder o foco no entretenimento, daquela coisa que é o mote de vida de Tarantino, que ama cinema.

Bisous.

Imagens: Anne Hathaway em os Miseráveis, um dos motivos da minha boa vontade com o filme.

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