Na estrada e para onde mais

>> quinta-feira, 26 de julho de 2012


Nunca fui profundíssima admiradora do beatnik, movimento artístico-sócio-cultural americano, mas óbvio que reconheço o seu valor e a sua importância. Devo confessar que até aprecio mais o desbunde beatnik do que a poesia dos campos de algodão, que é outro ponto alto da literatura norte americana. Mas não me entendam mal, gosto do tio Walt Whitman, mas né, já não tenho muita paciência com a geração condoreira tupiniquim, avalie aí o desmantelo? Pois então.

Não gosto de literatura de panfletagem, termo que uso para me referir à literatura descaradamente de protesto por alguma coisa: contra escravatura, contra a burguesia, contra ao nada fazer american way of life. Literatura não tem que protestar nada como projeto, não tem que ser um intento. Óbvio que um livro nasce do trabalho do pensamento, da lida e da peleja com a palavra e o intelecto, mas forçar a barra, mesmo que em prosa delícia não me agrada. E o beat-nik é isso, uma forçada de barra. Mike Stipe, Kim Gordon, ainda bem que vocês não entendem português e que não me leem.

Isso tudo para dizer que, se já não sou ardorosa leitora da galera beat (na verdade só gosto mesmo do Capote), menos ainda de Jack Kerouak, menos ainda de On the Road. E, se já não gosto tanto assim do movimento literário, do autor e do livro, não haveria de gostar do filme, independente de Walter Salles (e da fotografia, e da linguagem abordada e de que, no final das contas, em matéria artística isolada, o filme é bom) e da insossa Kristen Stewart. Não dá. 

Não me odeiem. Não muito.

Inté.

Imagem: Kim Gordon, Mike Stipe e um escritor beat.

Postar um comentário

Salut!

As amigos que sempre vêm por aqui, é muito bom contar com a participação de vocês.

Aos que escrevem pela primeira vez, sejam bem-vindos.

Aos que preferem postar anônimo, saibam que serão liberados se:

usarem o espaço de forma sensata, porque a gente não chega na casa dos outros com libertinagem, esculhambação e nem jogando lixo.

"O Centro por toda a parte, o epicentro por parte alguma." Pascal.

Au revoir.

Related Posts with Thumbnails
Creative Commons License
Reverbera, querida! por Eliza Leopoldo está licenciada sob Licença Creative Commons Atribuição 2.5 Brasil.