Lembranças em uma caixinha
>> segunda-feira, 7 de maio de 2012
No período da universidade e até antes, quando apenas trabalhava dando minhas aulinhas particulares e enlouquecia estudando francês e alemão, tinha um grupo de amigos muito querido, que ficou para sempre.
Certo que uns foram, outros apareceram, mas sabe gente especial que fica guardada na cabeça da gente? Pois é ♥. Tudo bem, tem lá aquele tipo de gente xexelenta, meio erva daninha, meio que assombra a memória e que, por pouco, quase faz a fé ir embora. Mas né, tudo tem dois lados. Todo mundo deixa algo de bom.
Um dia desses me deu uma nostalgia besta e fui dar uma olhada em algumas fotos que guardo separadas, em uma caixinha, a caixinha dos amigos. Talvez porque a foto do casamento de Isabel em Hamburgo esteja bem aqui, Belzinha tão linda com bouquet e casaco de frio. Não mostro porque Bel desgosta de exibicionices, mais do que eu.
Fotos de Maicon, de Jacintinha de pitós à moda maria xiquinha. Uma moça que tirei algumas fotos em sépia, lindaslindaslindas, que dividi alguns Marlboros e o rímel de Cidinha. Houve época que a sangria desatada era por fotos em sépia das câmeras digitais. Hoje é a cosia lomo e preto e branco. Também lomo.
Curiando a gente lembra de coisas, percebe outras. Um monte de conhecidos estão em pós graduações em Portugal, em universidades de nomes lindos como Trás-Os-Montes, de Torga, estudando Literatura. Acho lindo, porque Portugal é falida, mas tem história, ainda mais literária. Tem outra conhecida aqui na terra da Bossa, dando aula da PUC da profa. Vera Queiroz, passamos uma pela outra dia desses. E a coisa que me deixou perplexa é que algumas pessoas que eram tão queridas, mesmo que fossem queridas só da gente trocar um abraço apertado, poderiam passar por mim e eu não conseguiria reconhecer. Alguns esqueci até o nome. Decerto que a recíproca é verdadeira, né?
O mais chato é que de gente que eu gostaria profundamente de esquecer vez ou outra lembro nome, sobrenome, bairro. Por quê hein?